<MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=15 mm><LF=164 mm><AF=259 mm><FIOH=2 pt><MF=27 mm><PF=40 mm><LF=164 mm>ATA DA TRIGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 12.05.1997.

 


Aos doze dias do mês de maio do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a  chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Cyro Martini, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, João Dib, Lauro Hagemann, Paulo Brum, Renato Guimarães e Sônia Santos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e Tereza Franco. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Trigésima Quarta Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados:  pelo Vereador Carlos Garcia, a Indicação nº 45/97 (Processo nº 1536/97); pelo Vereador Cláudio Sebenelo, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Elói Guimarães, o Projeto de Resolução nº 08/97 (Processo nº 943/97); pelo Vereador Guilherme Barbosa, o Pedido de Informações nº 75/97 (Processo nº 1475/97); pelo Vereador Renato Guimarães, a Indicação nº 44/97 (Processo nº 1521/97); pela Vereadora Tereza Franco, 02 Pedidos de Providências. Ainda, foi apregoado o Ofício nº 222/97 de autoria do Senhor Prefeito Municipal, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 20/97 (Processo nº 1573/97). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 218, 219 e 220/97, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 06/97, da Senhora Maria Lúcia Farias Fernandes, Vice-Diretora do Instituto de Educação General Flores da Cunha; 06/97, da Vereadora Gisélia Nascimento, Presidenta da Câmara Municipal de Rio Branco/AC; 41/97, da Coordenação dos Conselhos Tutelares de Porto Alegre; 93/97, do Senhor Darci Barnech Campani, Diretor-Geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana - DMLU; 154/97, do Professor Antônio Hélvio de Souza Ilha, Presidente da Associação Gaúcha de Professores Técnicos de Ensino Agrícola - AGPTEA; 420/97, do Vereador Amarildo Martins da Silva, Presidente da Câmara Municipal de Palmas/TO; 609/97, do Senhor  Eliseu Padilha, Deputado Federal; s/nº, do Senhor Berfran Rosado, Diretor-Presidente da Companhia Riograndense de Saneamento - CORSAN; s/nº, do Vereador Chico Aguiar e da Vereadora Rogéria Bolsonaro, da Câmara Municipal do Rio de Janeiro/RJ; Fax nºs 175/97, do Senhor Antônio Rodrigues Bilhalva, Juiz Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região; 510/97, do Senhor Ferdinand Kisslinger; s/nº, <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm><D>do Senhor Adão Valdecir Martins Santana, da Câmara Municipal de São Gabriel/RS; Convites do Senhor Antônio Rodrigues Bilhalva, Juiz Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, e do Senhor Ricardo Hofmeister de Almeida Martins Costa, Juiz Presidente da Junta de Conciliação e Julgamento de Montenegro, para a solenidade de inauguração do Posto da Justiça do Trabalho de Taquari/RS; do Professor Irmão Norberto Francisco Rauch, Reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUC/RS, e da Professora Maria Regina de Moraes Xausa, Diretora do Instituto de Ciências Aeronáuticas, para a Sessão Solene de Colação de Grau da Primeira Turma Universitária de Pilotos Civis da América do Sul; do Serviço Social do Comércio do Rio Grande do Sul - SESC/RS, para o lançamento do projeto "Envolva-se - Oficinas de Inverno". Em continuidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Francisco José Moesch, Juiz do Tribunal de Alçada do Estado do Rio Grande do Sul, e da Deputada Estadual Maria do Carmo. A seguir, o Senhor Presidente apregoou Requerimento de autoria do Vereador João Carlos Nedel, solicitando Licença para Tratamento de Saúde nos dias doze e treze de maio do corrente, declarando empossado na Vereança o Suplente Alberto Moesch, após a entrega de seu Diploma e Declaração de Bens, bem como da prestação do compromisso legal e indicação do nome parlamentar, informando, ainda, que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia, Finanças e Orçamento. Também, registrou a presença do ex-Deputado Guido Moesch. Em prosseguimento, nos temos do § 7º do artigo 12 do Regimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Alberto Moesch, que externou sua satisfação em assumir na Casa, destacando a importância do efetivo exercício da função fiscalizadora deste Poder Legislativo, a fim de garantir a melhor qualidade de vida possível para os cidadãos de Porto Alegre. Às quatorze horas e dezessete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e vinte minutos, constatada a existência de "quorum". Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Gildo Milman, da Sociedade Humanitária Padre Cacique - Asilo Padre Cacique, que discorreu sobre a história dessa Entidade, seu surgimento, patrono e formas de subsistência, salientando a importância dos serviços por ela prestados à comunidade porto-alegrense. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal teceu considerações a respeito da figura do Padre Joaquim de Barros, fundador do Asilo Padre Cacique. Ainda, elogiou o trabalho desenvolvido pelo Senhor Gildo Milman em prol dos asilados nessa instituição, lendo poema de autoria de Sua Excelência, intitulado "O Próximo". Em prosseguimento, os Vereadores Gerson Almeida, Nereu D'Ávila, Cláudio Sebenelo, Eliseu Sabino, Lauro Hagemann, Clênia Maranhão, Carlos Garcia e Reginaldo Pujol manifestaram-se acerca do pronunciamento do Senhor Guido Milman, ressaltando a importância do Asilo Padre Cacique para Porto Alegre. Às quatorze horas e quarenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo reabertos às quatorze horas e quarenta e seis minutos, constatada a existência de "quorum". A seguir, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Juarez Pinheiro, solicitando alteração na ordem dos trabalhos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu D'Ávila leu correspondência enviada à Presidência da Casa, firmada por lideranças religiosas afro-brasileiras, as quais expressam sua contrariedade ao Projeto de Lei do Legislativo nº 174/96 (Processo nº 2972/96), que acrescenta a expressão "Terreiro Público Cultural Afro-Brasileiro" ao nome do Largo Glênio Peres. Na ocasião, o Senhor Presidente, respondendo a Questões de Ordem suscitadas pelos Vereadores João Dib, Nereu D'Ávila, Luiz Braz, Cláudio Sebenelo e Gerson Almeida, esclareceu que o procedimento adotado pela Mesa, no sentido de permitir uma rápida manifestação dos Vereadores durante o período de Tribuna Popular, é o de praxe, lembrando que tal orientação foi definida em reunião da Mesa Diretora com as Lideranças da Casa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz, reportando-se ao pronunciamento do Vereador Nereu D'Ávila, defendeu a viabilidade do Projeto de Lei do Legislativo nº 174/96, afirmando ser o mesmo a manifestação da vontade da maioria dos seguidores de religiões afro-brasileiras e umbandistas de Porto Alegre. A seguir, foi iniciado o período de GRANDE EXPEDIENTE, hoje destinado a homenagear o Dia da Enfermagem, nos termos do Requerimento nº 107/97 (Processo nº 1513/97), de autoria do Vereador Juarez Pinheiro. Compuseram a Mesa: o Vereador Paulo Brum, 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, na presidência dos trabalhos; a Enfermeira Rosane Mortari Ciconet, representando o Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre e a Secretaria Municipal da Saúde; a Enfermeira Nelci Dias, Presidenta do Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul; o Enfermeiro Altamir Félix, Coordenador da Região Sul da Federação Nacional dos Enfermeiros; o Enfermeiro Nilton Vieira do Amaral, representando a Associação Brasileira de Enfermagem; o Senhor Anselmo Fagundes, representando o Conselho Regional de Enfermagem; a Auxiliar de Enfermagem Terezinha Perissinotto, representando os Empregados em Estabelecimentos de Saúde; a Professora Ida Xavier, representando a Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS; o Vereador Carlos Garcia, 3º Secretário da Casa. Ainda, como  extensão da Mesa, foram registradas as presenças do Senhor Vanderlei Carraro, representando a Chefia de Enfermagem do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, da Senhora  Luiza de  Lurdes Morais Fagundes,  Tesoureira do Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul, da Senhora Maurelize da Silva, Tesoureira do Sindicato dos Enfermeiros, da Senhora Ana Lourdes Ribeiro, Conselheira Fiscal do Sindicato dos Enfermeiros e da Senhora Fátima Florentino, Diretora de Enfermagem do Hospital de Pronto Socorro. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Juarez Pinheiro, declarando ser a saúde um direito de todos e sua garantia um dever do Estado, saudou os profissionais da enfermagem  pelo transcurso do seu dia, discorrendo sobre o tratamento recebido e a responsabilidade exigida desses trabalhadores.  O Vereador Guilherme Barbosa falou de seu respeito e admiração pelos profissionais da saúde, saudando àqueles ligados à enfermagem e propugnando por uma maior reflexão sobre os rumos da saúde pública no País. O Vereador Cláudio Sebenelo discorreu sobre a grandeza humanitária dos profissionais dedicados à enfermagem, alertando para os baixos rendimentos salariais auferidos por esta categoria. O Vereador Adeli Sell teceu comentários acerca da crise observada na área da saúde pública brasileira, congratulando-se com os profissionais da enfermagem pelo transcurso do seu dia. O Vereador Fernando Záchia  enalteceu o papel representado pela enfermagem na luta pela salvaguarda da vida humana, parabenizando-se com os enfermeiros presentes pelo transcurso de seu dia. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Enfermeira Nelci Dias, que agradeceu a homenagem hoje prestada pela Casa aos profissionais de enfermagem. Em prosseguimento, o Senhor Presidente agradeceu a presença de todos e, às quinze horas e cinqüenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo reabertos às quinze horas e cinqüenta e três minutos, constatada a existência de "quorum". Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Gerson Almeida  teceu considerações sobre o paradoxo representado pela crescente atribuição de tarefas aos municípios e, ao mesmo tempo, a constante diminuição de suas fontes tributárias. Também, apresentou dados referentes à participação popular nas instâncias do Orçamento Participativo. O Vereador Alberto Moesch criticou o impacto sobre o meio ambiente que poderá resultar da execução do complexo habitacional e hospitalar Projeto Hermes, no Bairro Três Figueiras, abordando casos de descumprimento da legislação ambiental e da Lei Orgânica em Porto Alegre. O Vereador João Dib teceu considerações acerca da política de pessoal vigente no Município, analisando problemas enfrentados pelos municipários, relativos ao plano de carreira, às condições de trabalho e aos salários por eles recebidos. Também, solicitou resposta da presidência da Casa, quanto a questionamentos formulados anteriormente, acerca da legalidade da posse do Vereador João Verle junto à Secretaria Municipal de Saúde. O Vereador João Motta, discorrendo sobre o projeto do Governo do Estado que envolve a extinção da Caixa Econômica Estadual, lembrou a aprovação, pela Casa, do protocolamento de Emenda à Constituição Estadual objetivando impedir essa extinção. Ainda, registrou que mais de sessenta câmaras municipais gaúchas já apresentaram encaminhamento nesse sentido. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio Hohlfeldt colocou à disposição dos Senhores Vereadores documentação recebida referente à construção do "Shopping Center Cristal", questionando o fato de tal documentação não ter sido enviada à Casa pelo Poder Executivo. Finalizando, declarou seu estranhamento frente a atitudes assumidas pelos representantes do PT na Comissão Técnica de Assessoramento ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental,  os quais não estão garantindo o quorum necessário para os  trabalhos  dessa  Comissão. O Ve<MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm><D>reador Carlos Garcia relatou visitas efetuadas a escolas estaduais de Porto Alegre, chamando a atenção para o problema da falta de professores observado nessas escolas e solicitando o empenho da Secretaria Estadual de Educação quanto à implantação de medidas que garantam o perfeito atendimento da comunidade escolar. O Vereador Reginaldo Pujol reportou-se ao pronunciamento do Vereador Carlos Garcia, salientando sua importância e defendendo um trabalho conjunto desta Casa para que os problemas relatados por aquele Vereador sejam devidamente encaminhados à Secretaria Estadual de Educação. Na oportunidade, o Vereador Isaac Ainhorn, na presidência dos trabalhos, informou que teria de se ausentar da presente Sessão para assistir à assinatura, pelo Ministro das Minas e Energia, Senhor Raimundo Mendes de Brito, no Palácio Piratini, do Edital de Interligação dos Sistemas Elétricos do Brasil e Argentina,  Em PAUTA ESPECIAL esteve, em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 18/97, discutido pelos Vereadores Cláudio Sebenelo, Adeli Sell, João Dib e Reginaldo Pujol. Após, constatada a existência de "quorum", foi aprovado Requerimento verbal do Vereador João Dib, solicitando alteração na ordem dos trabalhos, passando-se ao período da ORDEM DO DIA. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Dieter Wartchow, Diretor-Geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 05/97 que, a Requerimento, aprovado, do Vereador João Dib, teve adiada sua discussão por uma Sessão. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 08/97, por vinte e sete votos SIM, após ser discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol, sendo submetido à votação nominal por solicitação do Vereador João Dib, tendo votado os Vereadores Adeli Sell,  Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos e Alberto Moesch. Na oportunidade, o Senhor Presidente, respondendo Questões de Ordem dos Vereadores Pedro Ruas, João Motta, Cláudio Sebenelo e Nereu D'Ávila, esclareceu os critérios utilizados para definir indicações de representações externas deste Legislativo. Também, o Vereador João Motta solicitou cópia de todos os atos que formalizaram representações externas durante esta Legislatura. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Clovis Ilgenfritz, solicitando a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, por quinze votos SIM e quatro votos NÃO, sendo submetido à votação nominal por solicitação do Vereador João Dib, tendo votado Sim os Vereadores Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Ruas e Renato <D>Guimarães, e Não os Vereadores Fernando Záchia, João Dib, Pedro Américo Leal <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>e Alberto Moesch. A seguir, foram aprovados os seguintes Requerimentos: de nº 113/97 (Processo 1607/97 - comparecimento a esta Casa do Secretário de Planejamento Municipal a fim de prestar informações quanto ao não cumprimento do artigo 23 da Lei Complementar nº 43/79, no processo de aprovação do Projeto Hermes, do Bairro Três Figueiras), do Vereador Cláudio Sebenelo; de nº 111/97 (Processo nº 1584/97 - Pedido de Informações sobre auxílios recebidos pela Associação dos Moradores da Vila Nova Brasília), de autoria do Vereador Adeli Sell. Na ocasião, os trabalhos estiveram suspensos por um minuto, nos termos regimentais. Às dezoito horas e vinte e dois minutos, esgotada a Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol, Paulo Brum e Carlos Garcia e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum, Guilherme Barbosa e Carlos Garcia. Do que eu, Paulo Brum, lº Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Queremos registrar a presença do Dr. Francisco José Moesch, Juiz do Tribunal de Alçada, que se encontra na Mesa Diretora; também da Deputada Maria do Carmo.

Apregoamos Requerimento de licença de saúde do Ver. João Carlos Nedel, do PPB,  por dois dias. Em seu lugar toma posse o Sr. Alberto Moesch, que se encontra presente. Registramos a presença do  ex-Deputado Guido Moesch, pai do Ver. Alberto Moesch,  Vice-Presidente do PPB.

Estando presente o Sr. Alberto Moesch, convidamos S. Exa. para que faça a entrega à Mesa do Diploma e da Declaração de Bens.

 (O Sr. Alberto Moesch procede à entrega do Diploma e da Declaração de Bens à Mesa).

Convidamos os presentes  a ouvirem, em pé, o compromisso que fará o Suplente a ser empossado.

 (O Sr. Alberto Moesch presta o compromisso legal.)

Declaramos empossado o Sr. Alberto Moesch.

Registramos o nome parlamentar de S.Exa.: Alberto Moesch. Também informamos que fará parte da Comissão de Economia, Finanças e Orçamento.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Tem  a  palavra, por cinco minutos, na condição de Vereador empossado, o Ver. Alberto Moesch.

 

O SR. ALBERTO MOESCH: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ao tomar posse, quero, em primeiro lugar, manifestar a minha admiração ao Ver. João Carlos Nedel, que momentaneamente substituo, pela sua dedicação e até revelação nesse Parlamento, por ter-se demonstrado  extremamente atuante em defesa  dos interesses dos porto-alegrenses.

Quero também registrar a minha admiração a duas figuras que pertencem à  história da política no Rio Grande do Sul:  João Antônio Dib e Pedro Américo Leal, que com muita honra fazem parte do meu Partido.

Estão aqui presentes também a  líder partidária na Assembléia Legislativa, Deputada Maria do Carmo, que, com muita dedicação, tem demonstrado  empenho em defesa dos interesses do povo do Rio Grande do Sul; meu pai e vice-Presidente do PPB, ex-Deputado Guido Moesch; o Senhor Juiz de Alçada Francisco José Moesch, meu primo e padrinho .

É com muita satisfação que tomo posse nesse Parlamento porque, como Advogado, sei muito bem da importância do Parlamento, da importância do Poder Legislativo não somente em legislar, mas também em fiscalizar e em estar em parceria com o Poder Executivo e a comunidade  nos interesses da qualidade de vida - no caso, de Porto Alegre.

Tenho procurado sempre, e é dever de todo cidadão, exercer a cidadania. Nasci  há trinta e um anos no Bairro Petrópolis, e até hoje lá habito. Naquela época o Bairro Petrópolis era um bairro bastante pacato. Podíamos jogar futebol na rua. As pessoas que lá iam se impressionavam  como um bairro em Porto Alegre pode ter características tão interioranas, mas aquele bairro para mim até hoje representa qualidade de vida.

Os tempos passaram e até hoje bairros como Petrópolis, assim como outros daquela região, como Higienópolis, Bela Vista, Mont´Serrat, estão cada vez mais perdendo aquela característica de bairro residencial. A volumetria, o concreto, a poluição sonora e atmosférica estão tomando conta dos bairros residenciais de Porto Alegre. E como porto-alegrense isso me preocupa. Nós estamos vivendo um momento histórico em Porto alegre, porque o Plano Diretor da Cidade está para ser enviado novamente para cá. E Porto Alegre tem-se destacado como uma cidade que procura viabilizar sua vocação comercial e de serviços com sua qualidade de vida e também com uma vocação de defesa do meio ambiente. Aqui é o berço do movimento ecológico do Brasil, através da AGAPAN  e, posteriormente, de outras ONGs que aqui começaram uma luta que até hoje se destaca no Brasil e no mundo. Digo isso porque temos - e este é o papel fundamental da Câmara de Vereadores - que continuar discutindo sem urgência os aspectos de qualidade de vida que devem estar assegurados no Plano Diretor da Cidade. Ressalto o problema de volumetria da Cidade, contemplando as áreas de recuo proporcionais às áreas construídas; manutenção da área rural que hoje representa 30% da Cidade de Porto Alegre; instalação de ciclovias na Cidade. Nós possuímos já a Lei 6987, de 91, que institui o Programa Municipal de Ciclovias. E o Conselho do Orçamento Participativo, através de duas temáticas - “Organização da Cidade e Desenvolvimento Urbano” e “Circulação e Transporte” -,  já aprovou as ciclovias para Porto Alegre. Cabe, portanto, à Câmara de Vereadores - e trago apenas uma contribuição para o debate - assegurar a execução dessa lei e o que o próprio Conselho do Orçamento Participativo já estipula: ciclovias em Porto Alegre. Isso pode ser previsto também no Plano Diretor.

E falando em ciclovias, voltamos a falar numa outra preocupação diária. E há outra lei aqui, que tem sido defendida pelo Ver. Pedro Ruas com relação ao transporte fluvial de passageiros. Quero agradecer a presença do Tarso Boelter, Presidente da Juventude do meu partido na Região Metropolitana. Muito obrigado. (Palmas.)

 

 (Não revisto pelo orador.) 

 

O SR. PRESIDENTE: Agradecemos a presença da Depa. Maria do Carmo, do Juiz do Tribunal de Alçada,  Sr. Francisco José Moesch, e do ex - Dep. Guido Moesch.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às l4hl7min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às l4h20min): Estão reabertos os trabalhos. Passamos à

 

TRIBUNA  POPULAR

 

O Sr. Gildo Milman, representando a Sociedade Humanitária Padre Cacique - Asilo Padre Cacique, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. GILDO MILMAN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estou hoje aqui para prestar uma significativa e justa homenagem à memória de um ilustre sacerdote, Padre Joaquim de Barros, que no decorrer de sua vida recebeu o nome de Padre Cacique. Esse homem de personalidade invulgar, de tenacidade e de obstinação, construiu, praticamente sozinho, no fim do século passado, a Casa de Caridade que se chama Asilo Padre Cacique. Nascido em 1830, na Bahia, Padre Cacique veio a lecionar no Ginásio D. Pedro II, no Rio de Janeiro, e após essa passagem aqui aportou. E sensibilizado com o que ele entendia ser uma das chagas da nossa sociedade -  velhice desvalida e abandonada -, idealizou, sonhou e concretizou o sonho de construir o Asilo Padre Cacique. Hoje, passados 115 anos da fundação daquela casa, ela abriga cerca de cento e cinqüenta velhos asilados. Possui cerca de cento e cinqüenta funcionários para atendê-los, possui a cooperação inestimável  de uma congregação religiosa, a das Irmãs de Santa Catarina. Possui toda uma estrutura, embora simples, mas envolvida em profundo sentimento humano de solidariedade e de amor. O Padre Cacique faleceu em 1907, no dia 13 de maio. No dia 12 de maio, completava 15 anos de fundação o asilo e, um dia após, ele faleceu. Nós queremos, com esse registro, significar à Cidade de Porto Alegre o quanto é importante um homem sonhar, o quanto é importante um homem persistir e amar ao seu semelhante. Lugar melhor eu não poderia encontrar para, em nome de todos os nossos asilados e de todos os colaboradores, vir fazer esse registro nesta data. Eu estou falando para a minha cidade, a Cidade de Porto Alegre, aqui representada magnificamente por V.Exas. Sou de Porto Alegre, porque sempre fui. Houve um momento em que alguém lembrou que eu não era nascido aqui e resolveu me homenagear com o Título de Cidadão Emérito. Então, sou porto-alegrense por opção. Assim como o gaúcho é brasileiro por opção, me sinto muito porto-alegrense e, à testa do Asilo Padre Cacique, quero saudar todos os Vereadores da minha cidade, convidá-los para a inauguração amanhã, às 18 horas, de uma herma com o busto do Padre Cacique, que, de costas para a avenida que tem o seu nome, Av. Padre Cacique, com a sua fisionomia austera,  está olhando para o prédio que ele construiu.

Para finalizar, diria que houve um momento de perplexidade quando alguém disse: “mas precisa haver uma placa para assinalar no pedestal”. E o que é que se diria de um homem desses numa frase ou duas? Difícil dizer. Mas aí, andando lá pelos corredores da Casa, num entardecer de  outono, de repente  surgiram as três frases que agora estão lá na placa: “Esta é a minha casa, o meu ideal, o meu repouso”!  E é o repouso porque os restos mortais do Padre Cacique estão na Capela da casa, porque esse era o seu desejo. O ideal porque, realmente, ele concretizou um ideal, e a casa  porque, realmente, ele a construiu!

 Muito obrigado, Srs. Vereadores, pela oportunidade de exaltar uma figura humana indescritível, e obrigado, mais uma vez, por terem cedido esta tribuna a um modesto colaborador do Asilo Padre Cacique que quer honrar, sob todas as formas, a herança daquele magnífico Sacerdote. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Convidamos o Sr. Gildo Milman para que tome lugar à Mesa dos trabalhos.

O  Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra, em Comunicação de Liderança, pelo PPB. 

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Exmo. Sr. Presidente em exercício, Ver. Paulo Brum; Exmo.  Dr. Gildo Milman, representando a Presidência e a Direção do Asilo Padre Cacique,  à  qual pertenço como humilde Conselheiro.

Treze  de maio de 1997, amanhã, assinala o nonagésimo aniversário da morte do Padre Joaquim Cacique de Barros, idealizador e construtor dessa obra internacionalmente conhecida como, simplesmente, o Asilo Padre Cacique. Baiano, Padre Cacique, com 33 anos, deu início a sua jornada de caridade. O que o moveu para esta cruzada pertence à intimidade de suas idealizações, pois foi personalidade versátil, irrequieta, um tanto inconformada com sua época, pelo que sei, nascido 50 anos antes dos seus dias. Padre aos 23 anos,  professor lá pela Bahia, passando pelo Rio de Janeiro, exerceu,  concomitantemente ao sacerdócio, o magistério no Mosteiro de São Bento e no afamado Colégio Pedro II. Não ficou por lá, encaminhou-se  para cá. Cabe-nos, portanto, avaliar suas realizações, suas iniciativas e não a ebulição que lhe ia pela alma.

Há caminhos, pinguelas, passagens que vão ter a Deus, seja lá qual for a religião que professemos. O asilo é eloqüente prova deste convite.

Ah! Se todos os homens do mundo...Fizessem o quê? Nada fizessem, revertendo em caridade os três trilhões de despesas com as armas do mundo, o arsenal bélico dos países subdesenvolvidos e o trilhão consumido pela droga em todo o mundo.

Este é o quadro, em rapidíssimos traços. E o Asilo Padre Cacique, com o pires na mão, pedindo esmolas para acolher pessoas idosas, sem distinção de raças, credo e cor, haveria de ter uma mesada, pouco dinheiro, que não faz falta, só conforta.

São cento e cinqüenta idosos que, no ocaso de suas vidas, estão ali estocados, alguns sem possuir família, outros, os mais tristes, abandonados por parentes e até filhos, no ostracismo da solidão. A metade está em enfermarias - por conseguinte, indisponível: 30% em estado de dependência e apenas 27% se arrastam.

Ali perto do rio, naquela muralha do asilo, mora a realidade. Que obra! Que doação! Que dedicação dessas pessoas, que, além da caridade que fazem, vão além, convocam, convidam, buscam as famílias, os parentes para a visitação tão desejada, um verdadeiro remédio que revigora.

Busco evitar, com este apelo, o que paira no ar das almas desesperançadas que ali estão arquivadas, afastando a depressão, a angústia, a solidão provocadas pelo abandono dos entes queridos vivos.

Cabe-me realçar, nesta oportunidade, a figura do porte do Gildo Milman, corneteiro diário, a tocar alvorada nas almas desses velhinhos. Este judeu, advogado de renome, abandonou tudo, sua banca de advocacia, de certa forma a sua família, por essa cruzada de fé num asilo católico. É uma contradição, um paradoxo, sei lá, coisas da fé. Estranho, na verdade, são os caminhos do Senhor.

Abordei Gildo Milman várias vezes e, do alto de sua figura imponente, ele me segredou: “Coronel,  às vezes, não há mais comida, não há o amanhã, mas sempre chega mandado por alguém, sei lá quem”.  E nesse fim de frase deixava antever, sem dizer, a ajuda espiritual.

Esse homem que substituiu o Coronel Walter Almeida, meu amigo entusiasta já falecido, confessa de sua altura outra vez: “Faz-me bem ouvir um daqueles velhinhos a esmo, sem explicação, segurar-me pelo braço quando passo e balbuciar ‘obrigado, muito obrigado’. Mas obrigado de quê? E no olhar dele surpreendo a expressão de agradecimento” - diz ele - “pelo interesse de alguém por ele, alguém que está interessado por ele: ‘Obrigado, muito obrigado’. - “Na verdade,  ele está dizendo que é grato por ajudá-lo a puxar a canoa de sua vida pela praia dolorosa, penosa, dos seus últimos dias de existência”.

Gildo, eu faço questão de recitar uma poesia do meu livro, “O Próximo”, para você -  não é para o Asilo:

“Sou menos que tu. E passando cansado à tua porta, abrigaste-me sem notar os trapos que vestia. Ouvindo teu convite, levantei os olhos do chão, e a fé em todos meus irmãos. Sou quem alimentaste na mesa de teus familiares, e bebi na taça que bebias. Que acordaste para seguir viagem, quando o alvorecer era amante da madrugada, que sentiu no ombro dolorido, no instante da partida, a mão de amizade e de atenção, surpreendendo lá na estrada, moedas novas em bolsos velhos. Sou quem te é grato, por tudo que recebeu ao passar, mas profundamente reconhecido, por não haveres perguntado: Quem era? De onde viera? E para onde ia?” Muito obrigado.  (Palmas.)

    

(Não revisto pelo orador.)

    

O SR. PRESIDENTE: Indagamos se há mais alguma Bancada interessada em se manifestar em tempo de Tribuna Popular.

O Ver. Gerson Almeida está com a palavra.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Presidente, eu queria, primeiro, fazer uma homenagem em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores ao Sr. Gildo Milman e à instituição que representa, de relevantes e importantes serviços à Cidade. Peço a gentileza de o Ver. Pedro Américo Leal  fazer das suas palavras  as palavras do nosso partido em homenagem ao Padre Cacique e ao Sr. Gildo Milman.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Nereu D'Ávila está com a palavra.

    

O SR. NEREU D'ÁVILA: Em nome da Bancada do PDT também faço minhas as palavras do Ver. Pedro Américo Leal ao Dr. Gildo e à instituição Padre Cacique.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Querido amigo Gildo Milman,  além de ostentar essa amizade muito fraterna, sou amigo dos  seus filhos também. A Bancada do PSDB não só o abraça neste momento, como legítimo representante dessa postura de resgate da sociedade em uma das suas maiores dívidas, que é com o idoso, como vê, também, na figura do Padre Joaquim, um exemplo de humanidade pela sua postura e pela sua luta voltada para essas pessoas. Então, a Bancada do PSDB não só abraça o amigo como também mostra toda sua admiração por esse tipo de trabalho de alguém de quem herdamos esse magnífico arsenal de caridade e de bondade humana.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Eliseu Sabino está com a palavra.

 

O SR. ELISEU SABINO: Em nome da nossa Bancada, ficamos felizes ao ouvir o pronunciamento do nosso colega Ver. Pedro Américo Leal com relação a esse trabalho tão importante do Padre Joaquim de Barros que desenvolve essa instituição que acalenta os idosos e lhes dá ajuda espiritual. Os nossos cumprimentos, em nome da nossa Bancada, ao Dr. Gildo Milman, por  quem nós temos profunda admiração. Já o conhecíamos pelo nome e, agora, o  conhecemos pessoalmente. Deus o abençoe!

 

O SR. LAURO HAGEMANN:  Prezado Presidente, prezado Dr. Gildo, me  ligam ao Dr. Gildo laços muito antigos de fraternidade, tanto profissional como de afinidade na maneira de agir e de pensar em relação ao problema dos idosos, num  instante em que a sociedade brasileira vive assolada por uma crise capitalista, que procura ignorar dois segmentos fundamentais da sociedade, que é a infância  e a velhice. O Dr. Gildo encontra tempo para se dedicar para uma  dessas facções, a dos idosos, que nos merece todo o respeito, por já terem dado o que havia de si para a construção da sociedade. De sorte que me sinto muito à vontade para cumprimentá-lo e, na medida do possível, estarei lá amanhã, no Asilo Padre Cacique,  mais uma vez, assistindo à  inauguração. Muito obrigado pela presença entre nós.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, eu queria  externar a nossa satisfação de lhe rever o Dr. Gildo  nesta Casa e dizer que, quando a pessoa dedica a sua vida para os setores mais vulneráveis da sociedade - e  a sociedade valoriza tanto setores como  a comercialização e despreza tanto outros,  como  o caso dos idosos -  é  porque, seguramente, essas pessoas conseguem ver além da aparência e valorizar aqueles sentimentos que são universais: a solidariedade e o cuidado para com o ser humano. Parabéns ao Padre Cacique e parabéns ao Senhor pelo desempenho.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente, Sr. Gildo, os desígnios de Deus são incríveis e Ele lhe deu essa missão. Quando eu vejo que Deus alimenta os pássaros, as árvores, pergunto: por que ele não vai cuidar de nós? É dentro desse espírito que eu sei que o Senhor sempre pensa e realiza a sua obra no Asilo Padre Cacique, que vive de donativos e da generosidade do povo de Porto Alegre. Portanto, continue com sua obra. Parabéns!

 

O SR. PRESIDENTE:  Com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: O Partido da Frente Liberal  soma-se às colocações feitas até aqui, a maioria delas com razões próprias, com posições políticas e pensamentos ideológicos de cada um, todos convergindo para o final de enfatizar a importância do trabalho que essa entidade tem feito ao longo da sua existência e também o trabalho gigantesco, elogiável, altamente exemplar que lá realiza o Dr. Gildo Milman.  Insistimos para que a voz do PFL se unisse à totalidade da Casa.

Meus cumprimentos! É um orgulho para nós, Legislativo de Porto Alegre, recebê-lo nesta tarde e poder fazer constar nos anais da Casa todo o reconhecimento  de Porto Alegre pelo seu representante, pelo profundo trabalho de amor e solidariedade cristã que o amigo realiza no comando dessa meritória entidade. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE:  Em nome da Mesa Diretora, e pela manifestação de todas as bancadas desta Casa, especialmente no pronunciamento do Ver. Pedro Américo Leal,  leve todo o carinho desta Casa para com a Sociedade Humanitária Padre Cacique. O nosso abraço e o nosso respeito.                                    

 

(Suspendem-se os trabalhos às l4h45min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às l4h46min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO(Requerimento): Requeiro que passemos, imediatamente, para o Grande Expediente para que possamos hoje fazer  uma homenagem ao Dia do Enfermeiro, ao Dia da Enfermagem.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.          

O Ver. Nereu D´Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Liderança.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,  gostaria de ler uma correspondência dirigida  ao Presidente desta Casa que, por si só, representa  o pensamento da Bancada do PDT, e, neste momento, uso o tempo de Liderança. Leio:

“Porto Alegre, 09.05.97. Exmo. Sr. Dr. Clovis Ilgenfritz, Muito Digno Presidente da  Câmara de Vereadores de Porto Alegre(RS).

“Sr. Presidente, tomando conhecimento, através do Jornal Zero Hora, dos acontecimentos ocorridos nesta Colenda Câmara, dia 5 de maio do corrente ano, oportunidade em que o Vereador Luiz Braz,  do PTB,  reapresentou uma  proposição, já anteriormente arquivada, sugerindo a mudança ou o acréscimo  ao nome da Praça Glênio Peres da expressão ‘Terreiro Público Cultural Afro-Brasileiro’, as quatro Federações que firmam o presente - Federação das Religiões Afro-Brasileiras - AFROBRÁS,  Federação da Religião Africana - AFRO-RITO, Congregação Espiritualista de Umbanda do Rio Grande do Sul e Conselho Estadual da Umbanda e dos Cultos Afro-Brasileiros - CEUCAB/RS - desejam esclarecer que jamais foram consultadas sobre o assunto pelo referido edil. Se o fossem, como de direito, eis que congregam em seu seio avultado número de Casas de Religião, teriam discordado da Proposição por dois motivos:

 “a) jamais poderíamos admitir a troca ou mesmo um adendo ao nome ostentado pela Praça, nome de um político nosso amigo em tudo e por tudo merecedor da homenagem que lhe foi prestada, sintetizado o pensamento  unânime dos habitantes de Porto Alegre; e

“b) o nome de Terreiro, símbolo de nossos templos religiosos, jamais poderia ser utilizado para denominar um local público por ir de encontro aos fundamentos tanto da Umbanda como das outras religiões afro-brasileiras, além de se constituir em um  flagrante desrespeito à sagrada liberdade constitucional de culto, postergando a plano secundário irmãos de outras religiões e que usam o local, de domínio público, para suas manifestações religiosas.

“Assim sendo,  pedimos a V. Exa. que parabenize, em nosso nome e em nome das religiões que representamos, os Vereadores que se manifestaram contrários ao  Projeto, em especial o Ver. Nereu D'Ávila por sua manifestação veemente, pois suas atitudes vieram ao encontro de nosso ponto de vista, incapazes que somos de desrespeitarmos os direitos de nossos semelhantes.

“Isso posto, valemo-nos do ensejo para apresentar a V. Exa. e a todos os demais Vereadores dessa Câmara que nos orgulha nossas saudações.”

 Assinado por Jorge Verardi, Presidente da AFROBRÁS; Herculano Nogueira, Presidente da AFRO-RITO; Adalberto Pernambuco Nogueira, do Conselho Geral da CEUCAB  do Rio Grande do Sul; Sebastião Madeira de Lima, Presidente da Congregação Espiritualista  de Umbanda do Rio Grande do Sul.

Essas quatro entidades representam o que há de  umbanda e africanismo no Rio Grande do Sul, e elas, sem termos solicitado - até me honra muito o meu nome nessa missiva, até dispensaria a nominação, mas de qualquer modo...-, agradecem a todos os Vereadores que fizeram a manifestação. Apenas para chancelar aquilo que havíamos nos pronunciado, agora vêm de público as entidades oficiais e de liderança dos movimentos afro e de umbanda do Rio Grande do Sul no sentido de que deve ser repudiada e reprovada a manifestação, através de Projeto do Ver. Luiz Braz, de querer agregar à placa Glênio Peres uma outra com o nome "Terreiro Cultural Afro-Brasileiro". Aliás, em relação a esta frase, ela está tecnicamente equivocada, também, porque a placa diria: "Terreiro Cultural Afro-Brasileiro", discriminando a Umbanda, que tem manifestações inequívocas, também, em relação a diversos cultos e manifestações religiosas. Assim, fica registrada,  nos anais desta Casa, a manifestação expressa, categórica, bem redigida e veemente das Lideranças Afro - Umbandistas. Eu apelaria, em nome da fraternidade que temos ao Ver. Luiz Braz, para que retirasse a proposta. A  proposta foi, evidentemente, em nome de algumas pessoas que ele representa, mas eu apelaria para  que S. Exa. a  retirasse, porque vimos que não há a menor condição de ser aprovada.  Para nos poupar de termos que, quase por unanimidade, derrubar a proposta do Ver. Luiz Braz, com esta manifestação das Lideranças Afro - Umbandistas, nós pediríamos que S. Exa. retirasse a infeliz iniciativa. Muito obrigado.

 

     (Não revisto pelo orador.)

 

O  SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem):  Sr. Presidente, no momento da Tribuna Popular, o meu Partido usou a Comunicação de Liderança, mas praticamente todas as Lideranças se manifestaram. Eu tenho impressão de  que nós saímos lesados nesta colocação feita, eis que o único partido que perdeu a Comunicação de Liderança foi o PPB. Os demais continuam.

 

O SR. PRESIDENTE: Nós também queremos esclarecer ao nobre Vereador que nós demos quase dez minutos para o seu Partido. Esta manifestação das Lideranças eu apenas adotei, tanto é que eu não sou o Presidente natural dos trabalhos.  Tem sido adotada há dois anos, em pequenos períodos que, muitas vezes, não chegam a um minuto. Eu apenas segui o andamento normal dos trabalhos. Não houve intenção de prejudicar nenhuma bancada.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA (Questão de Ordem): Nesta Questão de Ordem, quero dizer que o Ver. João Dib, na prática, tem razão. Então, eu pediria ao Presidente que nós não vicejássemos nesta questão de dar a palavra, porque uns usam três segundos e outros praticamente  usam os cinco minutos da Liderança, o que não queima  a Liderança da tarde. Então, não é honesto, em relação ao Regimento,  esse tipo  de manifestação. Eu apelaria para que fosse coibido esse tipo de manifestação e que  fosse indicada a tribuna no tempo regimental de  Liderança.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Logo que este Presidente assumir os trabalhos, assim irá proceder.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, essa forma foi adotada em uma reunião de Mesa e de Lideranças na Legislatura passada e por isso ela vem se mantendo aqui nesta Casa. Acredito que mesmo que V. Exa. seja partidário de que a forma não seja a ideal, mas, se ela foi adotada em uma reunião de Mesa e de Lideranças, o ideal seria que ela também  fosse modificada em outra reunião  de Mesa e Lideranças,  até para que se tivesse aqui,  neste Plenário, um tratamento absolutamente igual,  porque,  se formos modificar ao sabor do momento, vai ganhar aquele que estiver em maioria naquele momento e vai ser muito difícil. Isso não significa democracia no Plenário.

 

O SR. PRESIDENTE: Essa nova reformulação no Regimento deve ser feita imediatamente para que cada Presidente que assuma os trabalhos tenha uma postura igual. Então, se definitivamente passarmos a decidir sobre o nosso Regimento, vamos  moralizar e agilizar os trabalhos em Plenário.

    

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Questão de Ordem): Não vi  nenhuma imoralidade no que houve, pois  a Mesa, ao invés de tomar uma postura rígida, adotou uma posição mais elástica,  principalmente em função  do mérito da questão que está sendo examinada. O orador convidado usou menos de cinco minutos, quando ele tinha dez, e o orador, que o saudou, usou mais de dez minutos,  quando tinha cinco. Então, existem as compensações e, nos casos omissos, a Mesa tem o direito de decidir  dessa forma,  pois se trata de uma questão de receptividade e fidalguia com as pessoas convidadas.

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Questão de Ordem): Independente do resultado ou da praxe que foi tomada,  quero dizer que a  Mesa agiu conforme tem sido a praxe deste Plenário e não tomou nenhuma medida extra.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra em  Comunicação de Liderança.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu adentro no Plenário e encontro o Ver. Nereu D'Ávila no seu legítimo direito de expor a sua opinião aqui desta tribuna, lendo uma carta assinada por quatro pessoas, representantes de algumas entidades das religiões afro e também da Umbanda. E o Ver. Nereu D'Ávila faz o seu discurso e parece que estas quatro instituições que assinaram este documento são, de acordo com o Ver. Isaac Ainhorn - um dos grandes conhecedores da Umbanda e das religiões afro -, são as grandes lideranças que temos nesse setor.

Vejam bem: o Ver. Nereu D'Ávila deveria citar aqui, por exemplo, entidades tão importantes como é o caso da Fundação Mohab Caldas, que talvez seja uma das mais importantes, hoje, dentro desse segmento religioso; ou a Associação de Mulheres Afro - umbandistas; ou a OSECAE, só para citar algumas delas. Todas essas entidades, extremamente representantes do movimento religioso, estão apoiando a idéia de que este Projeto tem que tramitar nesta Câmara e tem que ser votado. Quais são as entidades que assinaram o documento que foi lido da tribuna pelo Ver. Nereu D'Ávila? Só para citar um exemplo, uma dessas entidades, que é o Conselho Geral CEUCAB, tem como Presidente o Sr. Adalberto Pernambuco. Senhores, eu não sei exatamente neste instante, mas até há questão de uma semana poucos eram os filiados. O Sr. Pernambuco fala por ele mesmo. Ele não tem, pelo menos, o número de associados que têm essas entidades que citei. Estou citando entidades que são extremamente representativas dentro do segmento.

Não sou - já disse várias vezes -  integrante das religiões afros e nem mesmo da Umbanda. Eu tenho amigos, que são alguns desses que citei, que são extremamente importantes dentro do segmento religioso e solicitaram que fizéssemos uma homenagem a essa cultura afro no atual Largo Glênio Peres. O Sr. Jorge, por exemplo, é alguém que está procurando um espaço para ser candidato a alguma coisa. Apenas para citar a importância desses homens que, muitas vezes, se dizem representativos dentro das suas entidades, mas que não são tão representativos.

Eu tenho certeza absoluta de que o Ver. Nereu D'Ávila, conhecedor que é desse segmento religioso, jamais ousaria contestar dados da Fundação Mohab Caldas ou  da OSECAE, que é uma das mais importantes, ou da Associação de Mulheres. Estou dando dados de entidades que são entidades que têm uma série infinda de associados; são entidades muito representativas dentro desse segmento religioso.

Quando apresentei este Projeto, não o apresentei expondo uma idéia do Ver. Luiz Braz: eu estava representando idéias que são de pessoas conhecedoras desse movimento e que solicitaram que este Vereador fosse, naquele instante, o seu intermediário na apresentação de uma proposta para ser analisada pelos Srs. Vereadores.

É claro que os Srs. Vereadores vão poder votar da forma como suas consciências lhes indicar, mas posso dizer que a proposta que apresentei neste Plenário não foi uma proposta que teve apenas a minha assinatura e a minha vontade levada por aquela assinatura: a proposta que apresentei neste Plenário leva a vontade da maioria do povo seguidor das religiões afros e umbandistas. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  Srs. Vereadores, passamos ao período de

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

Hoje o Grande Expediente é em homenagem ao Dia da Enfermagem. Convidamos para fazer parte da Mesa: representante do Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre e da Secretaria Municipal da Saúde, a Coordenadora do SAMU, Enf. Rosane Mortari Ciconet; Presidenta do Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul, Enf. Nelci Dias; representante da Federação Nacional dos Enfermeiros - Coordenador da Região Sul, Enf. Altamir Félix;  representante da Associação Brasileira de Enfermagem, Enf. Nilton Vieira do Amaral;  representante do Conselho Regional de Enfermagem, Sr. Anselmo Fagundes; representante dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde, Sra. Terezinha Perissinotto; representante da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Profa. Ida Xavier.

Como extensão da Mesa,  queremos registrar as presenças do Sr. Vanderlei Carraro, representando a Chefia de Enfermagem do Hospital de Clínicas de Porto Alegre; Sra. Luiza  de  Lurdes Morais Fagundes,  Tesoureira do Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul; Sra. Maurelize da Silva, Tesoureira do Sindicato dos Enfermeiros; Sra. Ana Lourdes Ribeiro, Conselheira Fiscal do Sindicato dos Enfermeiros; Sra. Fátima  Florentino, Diretora de Enfermagem  do Hospital de Pronto Socorro.                                

O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra  pelo  PTB.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: “A enfermagem torna a saúde mais humana.” Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem;  demais pessoas que hoje comparecem a esta Sessão da Câmara Municipal de Porto Alegre no dia em que homenageamos o Dia da Enfermagem. (Saúda os demais componentes da Mesa.)

A  saúde é direito  de todos e um dever do Estado garanti-la  mediante políticas sociais e econômicas  que visem à redução de risco de doença  e ao acesso universal igualitário às  ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. Ao contrário do que prevê a Constituição Federal  e os ditames do Sistema Único de Saúde, infelizmente, principalmente em nível federal, esses princípios do art. 196 da Constituição Federal, relativamente ao SUS,  não vêm sendo cumpridos. Como principal exemplo disso nós podemos destacar a questão das organizações sociais, o que, na verdade, significa privatizar o serviço de saúde.

Apesar dessa conjuntura adversa, apesar de tudo, hoje estamos alegres. Hoje comemoramos o Dia da Enfermagem, o dia do Enfermeiro, o dia do Técnico em Enfermagem, o dia do Auxiliar de Enfermagem.

A presente iniciativa pretende resgatar o valor dos profissionais que compõem a Enfermagem, ou seja: auxiliares, técnicos e enfermeiros. Apesar da sua presença constante, poucos sabem que a Enfermagem, atividade básica na prestação de serviços de saúde individual e coletiva, representa 53% do total da força de trabalho na área de saúde. Desse total, 18,5% são enfermeiros profissionais de nível universitário.

Enquanto a Organização Mundial de Saúde recomenda a relação de um enfermeiro para cada cinco mil habitantes, no Brasil essa proporção está em torno de um enfermeiro para cada 34 mil habitantes, demonstrando, claramente, o "deficit" desses profissionais em nosso País. Isso deve-se principalmente às inadequadas condições a que está submetida toda equipe de enfermagem, tais como: longas horas em pé, trabalho noturno, convívio com a doença e morte de doentes, desgaste visual devido à luminosidade interna, grande esforço físico, contato direto com pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas, contato com medicamentos imunodepressores e quimioterápicos, contato com doentes em tratamento com radioatividade, contato com sangue e seus derivados, contaminados ou não.

Outro fator determinante dessa escassez de profissionais é não menos importante: a remuneração salarial, abaixo da percebida por outras categorias, no caso dos enfermeiros com formação universitária que atuam no setor de saúde.

É preciso melhorar esse quadro e tornar mais atrativo e valorizado o exercício profissional dos enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Temos que lutar para corrigir distorções, e queremos enumerar algumas: a inadequação de salários, tanto pela formação profissional exigida - no caso dos enfermeiros, curso universitário com duração de cinco anos, mais especialização; técnicos com 2º grau; e auxiliares com 1º grau -, quanto pelo processo de trabalho, dada a responsabilidade e a especificidade da atividade de enfermagem. Em segundo lugar destacamos a jornada de trabalho dos profissionais da área da Enfermagem,  que é extremamente excessiva, tanto em relação ao tipo de sua atividade profissional, desgastante e estressante, quanto em relação à jornada de trabalho dos outros profissionais da área da saúde que já conquistaram a redução da jornada. Estamos na luta pelas 30 horas. Em terceiro lugar destacamos os efeitos sociais indesejáveis, decorrentes da remuneração inadequada, injusta e não condigna dos enfermeiros, auxiliares e técnicos, que repercute negativamente na qualidade de vida desses trabalhadores e na qualidade da assistência prestada à população.

Essa situação, Srs. Vereadores, de baixos salários e péssimas condições de trabalho, desestimula até os que têm aptidão e interesse pela profissão, proporcionando um alto índice de evasão e desistência desses profissionais, que se transferem para outras áreas mais atrativas e remuneradas. Um exemplo são os auxiliares de Enfermagem  e enfermeiros que fazem Faculdade de Odontologia, Psicologia ou Direito.

Por essas razões e outras, é necessário que a Enfermagem tenha o seu reconhecimento, seja através de leis regulamentadoras para todo o País, seja através desta homenagem que, possivelmente pela primeira vez, este Parlamento presta a profissionais tão importantes para a vida dos nossos munícipes. Esperamos inaugurar uma nova relação entre o Poder Legislativo e profissionais de Enfermagem, sendo este reconhecimento o passo inicial de uma longa caminhada que visa assegurar um melhor atendimento aos usuários dos serviços de saúde em nosso Estado e um resgate da profissão de Enfermeiros,  Técnicos e Auxiliares de Enfermagem.

Finalizo dizendo que a implementação do SUS é um dever do Estado. Pressionar para que o sistema seja implantado é um compromisso de todos nós. Parabéns, Enfermeiros; parabéns, Auxiliares de Enfermagem; parabéns, Técnicos; parabéns a todos nós que somos servidos pelos Senhores. Muito obrigado. (Palmas.)

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra.

 

O SR.GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, membros da Mesa e demais presentes. Foi muito importante essa lembrança do Ver. Juarez Pinheiro em fazer esta homenagem ao Dia da Enfermagem, porque nos dá a oportunidade não só de parabenizar as categorias envolvidas nessa atividade importante da saúde, mas também de fazer uma reflexão sobre a situação da saúde em nosso País. Com relação à Enfermagem em si, muitas vezes, temos a tendência de, ao pensar nos procedimentos de saúde, centrar o foco da atenção nos médicos, que são, evidentemente, uma categoria fundamental e das mais importantes no processo. Deixamos de lembrar de que, no procedimento todo da saúde, existem outras categorias envolvidas sem as quais não haveria a menor possibilidade de haver saúde em qualquer comunidade. É evidente que não teremos jamais apenas médicos, mesmo reconhecendo a importância que têm, mas precisamos ter profissionais que complementam os procedimentos, desde o nível universitário, como são os enfermeiros, até os auxiliares e outros profissionais que trabalham em laboratórios, enfim uma equipe que sem a qual não existiria a possibilidade de saúde, seja em hospitais ou no que diz respeito à saúde pública de uma comunidade.

Se aproveitarmos este momento para fazermos uma reflexão sobre a saúde em nosso País, vamos nos dar conta de que vivemos uma situação muito difícil e muito grave. É possível afirmar que, na história de nosso País, talvez nunca tenhamos dado a importância que a saúde  deve ter nas comunidades. Do  ponto de vista de Saúde preventiva, me liguei muito  a esse tema ao passar pela direção do DMAE. Ao trabalhar com o fornecimento de  água tratada, com o recolhimento e o tratamento de esgoto, me dei conta dessa importância fundamental da medicina preventiva, ações para prevenir a doença e não só ações para, posteriormente, superar a doença. É preciso que tenhamos iniciativas bastante fortes para prevenir a doença porque, inclusive, iremos gastar menos recursos do que gastaremos, posteriormente, para corrigi-la. De fato, nós nunca demos ênfase a isto: iniciativas preventivas para a saúde. Nunca demos a necessária atenção nem fizemos  a alocação de recursos. Sempre trabalhamos depois para corrigir a doença, enriquecendo a indústria farmacêutica, por exemplo, que ganha fortunas e mais fortunas com a doença, quando tínhamos que trabalhar com  a prevenção da doença e a promoção, portanto, da saúde. 

Quero, neste espaço, fazer essas reflexões e dizer que, apesar de todas as dificuldades - muitas já foram levantadas, com dados, pelo Ver. Juarez Pinheiro -,  e mesmo que haja muitas dificuldades para as categorias, como, de resto, há muitas dificuldades para todos os trabalhadores no Brasil, quero cumprimentar pela importância que têm as categorias envolvidas. A luta deve continuar para que haja melhoria  nas condições da categoria de Enfermagem mas, também, que haja melhoria na saúde  no País. Muito obrigado e um cumprimento a todos.(Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn cede seu tempo ao Ver. Cláudio Sebenelo, que está com a palavra.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, mais especialmente todas as autoridades de Enfermagem aqui representadas e, dentre elas - pedi a Liderança para destacar, como referência principal da minha palavra -, a Enfermeira Rosane Ciconet, minha colega de trabalho de muitos anos, pessoa por quem eu tenho profundo respeito pela sua postura e por sua visão de saúde pública. A todas as Enfermeiras, Auxiliares de Enfermagem, Técnicos em Enfermagem, quero dizer que eu poderia simbolizar num grande abraço ao Ver. Juarez Pinheiro a minha euforia pela iniciativa magnífica que teve de homenagear, nesta data, a alma inteligente da estrutura de saúde, indiscutivelmente: a figura da Enfermeira, do Auxiliar de Enfermagem, do Técnico em Enfermagem. De toda a estrutura em volta dessa figura que, muitas vezes, foi modelo de romance do cinema, mas que também, pela sua postura altamente humanística, com uma preocupação altruísta com a dor dos outros, fez com que se consagrasse no mundo inteiro, através dessa figura magnífica de Ana Néri, essa profissão que só pode ter uma unidade de medida: a grandeza humana. A Enfermagem que hoje luta por condições melhores de trabalho mas, antes disso, luta pelos seus pacientes, para que eles tenham melhores condições de assistência. A Enfermagem que faz, quase que permanentemente, uma jornada dupla de trabalho, porque, saindo de um trabalho, vai imediatamente para outro, para ter condições de sustento, já que os seus salários são baixos. Essa supertarefa exige imensamente o físico do profissional de Enfermagem, mas exige também o seu psíquico, a sua alma e a sua compreensão com a estrutura atual do quadro da saúde brasileira, indiscutivelmente uma das vergonhas desse País,  mas também  com o momento individual de relação com o seu paciente, no momento de dificuldade, no momento de desconforto, no momento de dor, das madrugadas insones em que a enfermeira, o auxiliar de enfermagem, o técnico de enfermagem, muitas vezes, em péssimas condições de trabalho, sem meios, fazem de tudo para minorar o sofrimento e para assistir, adequadamente, aquela alma irmã que está do outro lado da dor, dependente, dizimada, muitas vezes, pela moléstia e, muitas vezes, agônica. Dada a importância desse trabalho, dada a gravidade do assunto e a delicadeza com que temos que encarar esse tipo de situação, vemos a coragem do trabalhador de enfermagem em busca, hoje, de um atendimento especializado ambulatorial de enfermagem, independente, a que somos totalmente a favor, desde que haja condições de aptidão. 

Postura de liderança na equipe de saúde e comando administrativo. A Enfermagem assume, hoje, uma importância tamanha que, pela sua onipresença, pela sua potência como atendimento, faz com que passe a desempenhar, na equipe de saúde, uma situação de liderança e de comando administrativo irrefutáveis. E muito mais: a tendência da enfermagem moderna é o aprofundamento do conhecimento científico, sem os limites impostos pelas barreiras profissionais, pela rigidez dos regulamentos que estipulam os limites de cada profissão. Aí, então, vemos se agigantar a figura do enfermeiro, principalmente em relação à complexidade da sua tarefa. A postura do enfermeiro em relação à equipe de saúde, o seu entendimento do papel que, modernamente, exerce a enfermagem, seja na área individual, seja na visão integrada da sociedade, dá a ela a condição lídima de não só liderar uma equipe de saúde, mas  de exercer  uma liderança intelectual indiscutível em todas as áreas do conhecimento. Por isso, hoje, Ver. Juarez Pinheiro,  uma das atitudes mais felizes que um Vereador pode ter é de homenagem a esta classe sofrida, solidária, humana, que faz do seu trabalho do dia - a - dia um orgulho não só para cada um de nós, mas para esta Nação inteira. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Com a palavra o Ver. Adeli Sell, em tempo cedido pelo Ver. Hélio Corbelini.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente dos trabalhos, Srs. Enfermeiros e Auxiliares aqui homenageados, Srs. Vereadores, Senhores e Senhoras.

 Em primeiro lugar, quero agradecer ao colega Ver. Hélio Corbelini por me ceder o tempo. E minha grata saudação ao Ver. Juarez Pinheiro, nosso colega de bancada, por esta proposição.

 Quero, como Vereador desta Casa - e tenho certeza que todos querem conosco, junto com os profissionais da saúde, em particular os enfermeiros e auxiliares  neste Dia da Enfermagem, - juntos buscarmos uma saída para a grave crise da saúde em nosso País.

 Tenho certeza que, hoje, muitos que estão nos hospitais, muitos que estão nas UTIs poderiam  dizer que quem de fato está na UTI é a saúde pública deste País. Com vocês, queremos nos somar para tirarmos as pessoas do estado de doença em que estão, prevenir as doenças e tirar a saúde da UTI.

 Na Constituição de 1988, podemos ler que 'a saúde é um direito de todos e um dever do Estado', muitas e muitas vezes repetido por este Brasil afora, no entanto, nos momentos seguintes esquecido.

 Queremos nos somar em defesa da gratuidade da saúde para todos, através do SUS - Sistema Único de Saúde -, e, desta maneira, trabalharmos para o bem-estar e garantia da cidadania.

 Se a saúde está nesta situação, temos que nos perguntar por que isto aconteceu. Será que é impossível termos um sistema de saúde público universal, igualitário, gratuito e de boa qualidade como determina o SUS?  Será que é verdade, como afirmam alguns, que somente nas mãos do setor privado a saúde pública funcionaria? Isso é uma grande inverdade. Durante  todo o período da ditadura militar, quando o extinto INAMPS comprava serviços de saúde de empresas médicas e hospitais particulares, os indicadores de saúde no Brasil eram terríveis. Foi a época da famosa carteirinha do INPS - que excluía a maior parte da população do direito à assistência médica -, dos altos índices de mortalidade infantil e das primeiras denúncias de mortes em filas de hospitais. Outros vão dizer que também o SUS não alterou significativamente essa realidade. É verdade. Mas por que não? Assim como não existiu vontade dos governos que antecederam o atual, também não existe interesse do governo atual, hoje nas mãos de Fernando Henrique Cardoso, em cumprir a legislação do SUS e fazer ele funcionar plenamente. Prova disso é a estagnação orçamentária do setor. De 1990 em diante, houve uma queda dramática de 14 bilhões para 6 bilhões; no Governo Collor, com crescimento e manutenção dos níveis de 1990,  entre 14 e 15 bilhões de reais;  em 1995, 1996 e 1997, mesmo com a CPMF, o que resulta num gasto "per capita" de 60 dólares ao ano, um dos melhores do mundo. E agora, quem leu nos últimos dias os jornais, soube que a maior parte da verba da CPMF foi parar no pagamento de dívidas. A CPMF é uma medida emergencial que não resolve o problema e não altera a vulnerabilidade dos recursos destinados à saúde, aos freqüentes cortes e desvios de verbas para atender às oscilações de caixa de Tesouro Nacional, como,  por exemplo, deslocamento de 1,3 bilhões de CPMF para pagar a dívida com o FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador -, que é de responsabilidade do Tesouro e não do Ministério da Saúde. Todos sabem que, sem dinheiro, é impossível organizar serviços e desenvolver ações de saúde. O não-funcionamento é o pilar da estratégia do Governo para inviabilizar o cumprimento pleno da legislação do SUS. Os bastidores dessa tragédia estão nos planos de seguros privados de saúde, ávidos por abocanhar o que for possível do supermercado da doença e pressionando para que o sistema público de saúde jamais possa se mostrar viável e eficiente. É cada vez mais claro que, por mais que o discurso oficial do Governo afirme o social como prioridade, o que tem prevalecido é a lógica econômica. Apesar disso tudo, existem experiências criativas, inovadoras e bem sucedidas dentro das limitações impostas de implantação do SUS. A municipalização da saúde e a participação da sociedade nos conselhos de saúde pouco a pouco vêm configurando a esfera municipal como um local privilegiado de realização das políticas públicas de saúde. Entretanto, não basta que os Municípios tripliquem os seus orçamentos ou que os atores  sociais interessados na construção efetiva dos SUS queiram que as diversas experiências tenham sucesso no contexto onde a política federal não prioriza e ainda pretende repassar ao setor privado uma boa parte de responsabilidades constitucionais, quebrando-se, portanto, o princípio da universalidade, com seleção da clientela, dependendo do poder de compra de cada um. A defesa e mais recursos se faz junto com a exigência do cumprimento global dos princípios inegociáveis do SUS - a universalidade, a eqüidade, a gratuidade, a integralidade, a descentralização político - administrativa através da municipalização e do controle social. Para fortalecer essa legítima  luta da cidadania brasileira, existe hoje um movimento "SOS SUS", coordenado  pela Plenária  Nacional da Saúde, que envolve conselhos de saúdes, entidades sindicais, secretários de saúde, representantes de hospitais filantrópicos, parlamentares de diversos partidos, prefeitos, OAB e igreja.

Falei  pouco do enfermeiro, do profissional, aqui, neste momento, e o foi de propósito. Arrolei alguns dados sobre a saúde pública do nosso País para que aqui registremos, nesta  Casa , a nossa desconformidade com essa situação, porque, no dia 07 de abril, que era o Dia da Saúde, hoje, 12 de maio, Dia do Enfermeiro, infelizmente há pouco a comemorar, mas sempre devemos lembrar esta data importante e seus profissionais. Nós queremos, com os Senhores e com as Senhoras, Enfermeiros e Auxiliares, Funcionários, Trabalhadores da área de saúde, selar um compromisso de continuar a nossa luta pela saúde de  nosso País; custe o custar estaremos na trincheira com vocês. Muito obrigado

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  O Ver. Fernando Záchia está com a palavra.

    

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Sras. Enfermeiras, Auxiliares de Enfermagem, homenageados, Sras. e Srs. Vereadores. Ouvi atentamente os Vereadores que me antecederam. Criticavam, com algumas razões, a questão da saúde nacional. É claro que temos de fazer uma reflexão permanente das condições da saúde pública no Brasil, no Estado, no Município, mas nesse dia 12 de maio parece-me que, aqui, não é o local indicado, porque estamos comemorando o Dia do Enfermeiro, da realidade, das dificuldades que vive o enfermeiro, os auxiliares de enfermagem, todos aqueles trabalhadores na área da saúde. Li um prospecto que diz que a enfermagem torna a saúde mais humana, e ali dizia que a melhor prevenção é a melhor qualidade de vida.  Digo, com um certo conhecimento de causa, por ser casado com uma enfermeira - minha esposa é enfermeira do Hospital das Clínicas há 17 anos. Eu posso  avaliar o que é uma melhor ou pior qualidade de vida. Todos queremos nos hospitais todos os trabalhadores da área da saúde com as melhores condições profissionais para exercerem sua atividade. Dou exemplo de uma pessoa que sai, pela manhã, com o trânsito complicado, com dificuldade para ter creche para seu filho, com a incerteza do salário em dia, com as todas dificuldades naturais que todos os trabalhadores têm.  Será que esses profissionais vão exercer sua profissão da melhor maneira possível? Será que nós, Vereadores, se tivéssemos essas dificuldades no transporte, a incerteza do salário em dia, se não tivéssemos lugar onde deixar nossas crianças enquanto fôssemos trabalhar, será que nós teríamos a mesma capacidade profissional? Eu duvido. As pessoas que trabalham na área da saúde têm esta característica, a característica da superação. São pessoas que tratam com a dor, com o ser humano. Nós, Vereadores, trabalhamos muito com projetos, com ideais. Os trabalhadores da área de saúde - o médico, o enfermeiro, o auxiliar, o técnico - eles trabalham  com o sofrimento, com a angústia, com as dificuldades e  têm a  característica  da superação, que eu invejo. Eu tenho um exemplo em casa, sei o que é isso.  Muitas vezes é mais importante a sua realização profissional, o desenvolvimento do seu trabalho,  passando por qualquer dificuldade profissional até exercer essa atividade. Por isso, entendo que a qualidade de vida de todos nós, inclusive dos profissionais da área, seria a melhor prevenção  que poderíamos ter para  obter uma saúde melhor.

Homenageio, neste dia  12 de maio,  as pessoas da  saúde,  da área da Enfermagem. Não devemos  pensar somente na parte negativa de todas as condições, porque essa é a nossa função. Fazemos  isso,  diariamente, mas não hoje, por ser um dia especial. Muito obrigado.

               

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra a Enfermeira Nelci Dias, Presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio  Grande do Sul.

 

A SRA. NELCI DIAS: (Saúda os componentes da Mesa.) Em primeiro lugar, parabenizo o nosso companheiro e também colega, porque está muito envolvido com a área da saúde, Ver. Juarez Pinheiro, pela sua iniciativa de nos homenagear no nosso dia. Essa iniciativa  do Ver. Juarez Pinheiro, apoiado por esta Casa, representa um importante passo que o Legislativo dá no sentido de avançar no seu papel  e na sua competência. Muito mais do que ficar  dentro desta Casa fazendo as leis, é importante que o Legislativo tenha uma relação comprometida com setores desta sociedade. É a primeira vez que a Enfermagem é homenageada  no seu dia. Para  nós,  isso é muito importante, porque somos profissionais comprometidos com a saúde, com a vida. Estamos incessantemente defendendo o SUS, porque acreditamos que esse é capaz de garantir a saúde para toda a população. Acreditamos que ele só vai ser viabilizado quando houver realmente vontade política e interesse para que ele realmente saia do papel e se concretize. Como o Ver. Adeli colocou para nós, a questão do financiamento é fundamental. O que se gasta hoje com saúde, tanto em nível de União, como de Estado, é muito pouco, embora, em épocas de campanhas, sempre a saúde seja colocada como prioridade. Nós, profissionais da Enfermagem - enfermeiros, auxiliares e técnicos -, que temos esse compromisso com a saúde pública, com a vida, precisamos ser valorizados. Precisamos que a sociedade entenda o papel e a função que temos. Estamos tratando do ser humano, cuidando do ser humano na prevenção, na recuperação, desde o seu nascimento até sua morte. Estamos ali vinte e quatro horas por dia trabalhando com saúde. No entanto, a nossa situação, apesar de a Enfermagem ser uma das profissões mais antigas que se conhece, ainda é muito deficiente. Nós, maioria mulheres, que ocupamos as categorias de Enfermagem, temos uma jornada bastante estressante, prolongada para quem trabalha com sofrimento, com dor, com morte, expostos a agentes contaminantes, expostos à ação dos medicamentos. Temos uma luta histórica, e após quarenta anos conseguimos aprovar no Senado Federal a regulamentação da nossa jornada  em 30 horas. No entanto, tivemos o nosso sonho, que estava muito próximo de acontecer,  vetado pelo Presidente da República, que mostrou não ter comprometimento com a  saúde e com esses profissionais que têm dignidade e que precisam ser valorizados por essa sociedade. Ainda não temos, principalmente no caso dos Enfermeiros, que são profissionais de nível universitário, um piso salarial definido e digno da nossa profissão e da responsabilidade que temos. Nós, Enfermeiros, com nível universitário, temos a responsabilidade de coordenar, de administrar, ser responsável, realmente, pela saúde, pela vida das pessoas durante as 24 horas. E nós não temos um piso salarial digno e nem fixado.  Hoje, nós estamos aqui, sim, para comemorar o nosso dia, porque, apesar das dificuldades, apesar de uma política de saúde que não viabiliza o acesso para toda a população, apesar do descaso com que profissionais, que são mais da metade da força de trabalho na saúde,  são tratados, nós temos que comemorar, porque estamos vivos, estamos aqui, trabalhando, lutando e defendendo a saúde e o Sistema Único de Saúde. Este é o grande motivo que nós temos para comemorar.

E neste dia tão especial eu não poderia deixar de fazer uma homenagem às entidades. Nós sabemos que a Enfermagem vem muito de doação, vem muito de vocação, mas, na verdade, somos profissionais e precisamos nos aperfeiçoar através da nossa Associação Brasileira de Enfermagem, que tem esta tarefa e que, historicamente, tem contribuído para  a valorização, para o aperfeiçoamento dos profissionais de Enfermagem. Temos, também, as nossas escolas de Enfermagem, que têm formado Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos de Enfermagem que também têm um comprometimento muito grande com a qualificação, com a transformação da sociedade, através dos ensinamentos que têm recebido nessas escolas. Temos, também, os sindicatos, tanto do nível médio como do nível universitário, de enfermeiros. Infelizmente, ainda, temos as entidades separadas, mas estamos trabalhando para unificar, porque, afinal, o nosso objetivo é um só: a saúde das pessoas e a qualidade de vida daqueles que trabalham com saúde. Os sindicatos têm tido um papel fundamental na busca de alternativas para melhorar o trabalho daqueles que fazem Enfermagem e também para melhorar a assistência prestada à população. Temos, também, o nosso Conselho Regional de Enfermagem, entidade pela qual nós, em conjunto, estamos  lutando para resgatar que tenha transparência e democracia necessária para podermos fechar o circulo das entidades que têm trabalhado e lutado  pela valorização e qualificação da Enfermagem.

 Não poderia deixar de manifestar esta minha homenagem às entidades e colocar a grande importância  dos trabalhadores da saúde. E que  a sociedade civil organizada esteja articulada e participando das nossas entidades, porque vivemos um momento muito difícil,  onde a qualidade de vida, a cidadania e a  saúde têm sido difíceis de  conquistar. Acreditamos que a saída  para  conquistar a qualidade de vida e a  saúde é através da organização coletiva e do comprometimento dos profissionais de Enfermagem, as entidades de  Enfermagem e os  parlamentares, prefeitos e secretários da saúde que estão comprometidos com isto. Então,  a saída é a  organização coletiva, e para nós, da  Enfermagem, aos  colegas, eu quero dizer: Feliz Dia da Enfermagem! Parabéns para nós que estamos lutando pela saúde e mostrando, durante as vinte e quatro horas do dia, que o nosso compromisso é com a  vida. Muito obrigada. (Palmas.)

    

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ao encerrarmos esta homenagem ao Dia da Enfermagem, agradecemos a presença dos Senhores e das Senhoras  e levem,  com certeza, o nosso carinho, o reconhecimento da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto Alegre e o testemunho pessoal deste Vereador que sabe da importância, da dedicação do enfermeiro, quer seja do Técnico, do Auxiliar, do Atendente de Enfermagem,  no  seu dia - a - dia,  porque  eu estive hospitalizado,  mais ou menos durante quatro anos, e sei que o  enfermeiro é pai, mãe, filho, é psicólogo, enfim, sei da  dedicação e da importância deste dom divino  que tem  o enfermeiro na sua profissão.

A todos vocês os nossos agradecimentos  e a certeza de que  estamos com vocês. Obrigado pela participação  e felicidades pelo dia de vocês.

Estão suspensos os trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE (às 15h53min): Estão reabertos os trabalhos. Voltamos ao Grande Expediente.

O Ver. Gerson Almeida está com a palavra.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores.  Vou utilizar, hoje, o tempo de Grande Expediente, já que pelo menos três Vereadores da Bancada do Partido se referiram a esse dia importante para reafirmar os compromissos com a área de saúde, para abordar essa questão sobre outro aspecto.

Neste final de semana houve uma reunião da Frente Nacional de Prefeitos. Cerca de sessenta Prefeitos estiveram reunidos, entre os quais quase todos os das Capitais. Entre várias coisas que discutiram, se manifestaram através da  Carta de Brasília, assinada pelo Prefeito Célio de Castro, Coordenador da Frente Nacional de  Prefeitos, e houve uma moção  da Frente Nacional de Prefeitos contra a prorrogação  do Fundo de Estabilização  Fiscal. Este FEF é um fundo constitucional criado pelo Governo - não vou alongar -, instituído pela Emenda Constitucional  Revisora nº1/94. Era  o antigo Fundo Social de Emergência, que depois ganhou a denominação de Fundo de Emergência Fiscal.

A composição do Fundo é feita por uma parcela integral  de vários tributos elencados na Emenda Constitucional que institui somados ao resultado da redução linear de 20% de todos os impostos e contribuições da União, com algumas especificações de que trata a matéria. Os Municípios,  com esse Fundo, vêem diminuída a sua receita no Fundo de Participação dos Municípios de forma grande, de forma bastante forte, especialmente porque entre as várias fontes de que é constituído esse Fundo estão o total do recolhimento  do Imposto de Renda de pessoas físicas, na fonte, sobre pagamentos devidos à União, a qualquer tipo, principalmente os servidores federais - de 5,6% da arrecadação do Imposto de  Renda. Essas são perdas diretas dos Municípios.  Não vou citar porque é um texto bastante complexo, mas o que importa é que as receitas dos Municípios estão sendo sangradas. É interessante que essa moção foi aprovada por unanimidade na Frente Nacional de Prefeitos - sessenta prefeitos presentes. Citarei alguns exemplos: a Cidade de Porto Alegre quanto perde se esse Fundo for prorrogado, que é o que o Governo quer, porque findou a sua validade em dezembro do ano passado? Porto Alegre perde, neste ano, a soma de 2 bilhões, 850 milhões de reais. É uma perda muito considerável para os cofres públicos municipais, e os Vereadores todos conhecem as dificuldades e as demandas que precisa atender. Não é só Porto Alegre que perde, são todos os Municípios que perdem. Citarei a cidade da qual o Ver. João Dib é natural: a Cidade de Vacaria perde 314.564 reais. Ver. João Dib, é isso que a sua cidade deixará de arrecadar.  V.Exa. conhece melhor Vacaria do que nós. Vejam o quanto esses 350 mil reais são importantes para o orçamento. A Cidade de Veranópolis, cidade da qual a Vera. Maria do Rosário é natural, 171 mil reais. E por aí vai. Todos os Municípios, um por um. Há estimativa de perdas, num trabalho muito bom, feito pela assessoria do Dep. Federal Paulo Bernardo, do PT do Paraná. É  importante que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre engrosse uma decisão que a Granpal já teve, por unanimidade também: todos os prefeitos da região metropolitana se manifestaram, através de uma carta, contrários à prorrogação do Fundo de Emergência Fiscal.   Por quê?  Porque junto com o Fundo  de Emergência Fiscal veio, também, a delegação de várias atribuições para os Municípios, Srs. Vereadores. Ou seja: delegam-se cada vez mais atribuições para os Municípios e se criam mecanismos de centralizar os gastos e arrecadação que eram típicas, próprias e tradicionalmente deixadas nos cofres municipais.                                     

 Gostaria de chamar a atenção dos Srs. Vereadores, independentemente de bancada, para que nós nos posicionemos contrários a esta prorrogação. Quero propor, inclusive, se houver acordo, quem sabe,  uma manifestação da própria Mesa da Casa, aprovada pelo Plenário. Acho importante que a Câmara Municipal de Porto Alegre se manifeste, também, sobre a arrecadação do Município, pois somos muitas vezes  portadores de demandas para ocupação dos recursos.

Fizemos vários debates, recentemente, em relação ao Orçamento Participativo e vou aproveitar este momento para apresentar o primeiro relatório da participação na primeira rodada do Orçamento Participativo. No ano de 1996, nas regionais, na primeira rodada, participaram 6.574 pessoas diretamente. Nesta foram 8.183 pessoas. Um aumento de 24,47% em participação do pessoal.

Nas plenárias temáticas, no ano passado, foram 1.079 pessoas que participaram. Neste ano 2.892 pessoas, com um aumento de mais de 168%. Ponderadas as duas médias, registramos um crescimento de 44,71% de presença da população. Portanto, é uma estrutura da sociedade civil que cada vez se afirma mais quanto à importância da discussão do destino do orçamento e destino da Cidade. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Alberto  Moesch está com a palavra.

 

O SR. ALBERTO MOESCH:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores.  Ressalto,  como foi dada ênfase ao Dia da Enfermagem,  o aspecto  da prevenção que também  está entre os critérios prioritários de prevenção da saúde  na questão ambiental. Toda a problemática, no que diz respeito à falta de saneamento básico neste País, é  responsável por  65% das internações hospitalares e 85% das  doenças, acrescido aí o problema da poluição sonora, da poluição atmosférica. A principal causa das doenças no Brasil decorre da falta de uma política  em âmbito municipal, estadual e nacional em defesa do meio ambiente. Infelizmente já foi aprovado, e está se discutindo agora,  o Projeto  do Bairro  Três Figueiras,  talvez o último bairro, daqueles que citei na minha posse, com característica ainda residenciais, porque os Bairros Higienópolis,  Petrópolis,  Bela Vista   já perderam essa característica.  A volumetria tomou conta. Restam ainda os Bairros Chácara das Pedras e Três Figueiras,  mas ali já vão ser construídos oito blocos de edifícios residenciais, um  hospital, um centro comercial, um hotel, um edifício de escritório, tudo no Bairro Três Figueiras, na Rua 1º de Janeiro. Vamos comprometer de vez a característica daquele bairro residencial. O Ver. Juarez Pinheiro tem uma  preocupação, e me alio a ela, com  relação ao Bairro Iguatemi, que está querendo ser criado,  que também vai perder  a característica  de residencial. É o mesmo caso do Bairro Três Figueiras, onde o Projeto já foi aprovado, mas alguns dispositivos do Plano Diretor, da Lei Orgânica, a meu ver, não estariam sendo  respeitados. Diz  o art. 23 do Plano Diretor: “ As associações de moradores das unidades  territoriais de planejamento, desde que reconhecidas pelo Executivo, deverão ser consultadas sobre os processos administrativos que tenham por objeto a instalação dos seguintes equipamentos urbanos no território das unidades territoriais de  planejamento dos seus associados: praças, parques e áreas de recreação” - e ali serão feitos - “supermercados, hortomercados e centros comerciais” - é o caso - “abate de florestas, bosques, árvores e arbustos”, que também é o caso. Então, não estaria sendo respeitado o art. 23 do Plano Diretor para a aprovação desse Projeto Hermes.

Também o art. 237 da Lei Orgânica: “A implantação de distritos ou pólos industriais e empreendimentos de alto potencial poluente, bem como de quaisquer  obras de grande porte que possam causar dano à vida ou alterar significativa” - é o caso -  “ou irreversivelmente o ambiente” - e é um impacto significativo no meio ambiente - “dependerá de autorização de órgão ambiental” - já teve da SMAM -  “da aprovação da Câmara Municipal” - o que ainda não teve - “e de concordância da população manifestada por plebiscito convocado na forma da lei”.

O art. 244: “Consideram-se de  preservação permanente: (...) III -  as áreas que abrigam exemplares raros, ameaçados de extinção, ou insuficientemente conhecidos, da flora e da fauna, bem como daqueles que servem como local de pouso, abrigo ou reprodução de espécies migratórias”.

 Existe uma grande área no local onde deverá ser construído o Projeto Hermes de pouso de aves migratórias. Portanto, área de preservação permanente. E diz o parágrafo único do art. 243 da Lei Orgânica: “Nas áreas de preservação permanente não serão  permitidas atividades que, de qualquer forma, contribuam para  descaracterizar ou prejudicar seus atributos e funções essenciais”.

Ou seja: estamos aqui pedindo que esses dispositivos do Plano Diretor e da Lei Orgânica sejam respeitados antes da aprovação do Projeto Hermes. Mais: não tem sido ouvido o Conselho Municipal do Meio Ambiente, instituído pela Lei Complementar 369, no que diz respeito a  projetos ambientais aqui na Cidade. Posso dizer isso porque sou membro do Conselho Municipal do Meio Ambiente representando   a  OAB.  E diz a Lei que projetos, não somente esse mas também outros, de âmbito ambiental,  têm que ter também a aprovação do Conselho Municipal de Meio Ambiente, porque tem poder deliberativo. Então, nós pedimos aqui que qualquer aspecto ambiental deve ter a aprovação do Conselho Municipal de Meio Ambiente. Esta Câmara não deveria aprovar nada sem antes ouvir este Conselho - Lei Complementar 369.

Para finalizar, gostaríamos de registrar a nossa preocupação com o aterro sanitário na Extrema. Ali é a principal incidência de bugios, um animal em extinção, mas que tem grande incidência em Porto Alegre, mais especificamente onde está se realizando o aterro sanitário. Para quem não sabe, pelo Decreto Federal 750/93, que dispõe sobre a Mata Atlântica, em locais que abrigam fauna em extinção não se pode realizar nenhum tipo de empreendimento. Isso é, portanto, mais um desrespeito com relação à legislação, tanto municipal, como eu citei agora a Lei Orgânica e o Plano Diretor, como também na esfera federal. Além disso, o Conselho Municipal de Meio Ambiente não foi ouvido. Eu coloco isso porque não só esse empreendimento já foi aprovado, como 10% do lixo da Cidade está sendo colocado lá, na Extrema, Região Sul de Porto Alegre.

Volto a fazer um apelo a esta Câmara para que esses dispositivos que elenquei sejam respeitados antes de que se aprove o Projeto Hermes, no Bairro Três Figueiras. Caso contrário, um dos últimos bairros desta zona ainda com características residenciais vai perder estas características. Muito obrigado.

                          

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, antes de mais nada a minha saudação à Bancada do Partido Progressista Brasileiro, que sempre está no Plenário  na sua integralidade. As outras estão faltando. Depois, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, minha homenagem ao Ver. Gerson Almeida, que acaba de nos informar que o Orçamento Participativo decide os fatos desta Cidade com 0,65% da população.

 

O SR. ISAAC AINHORN(Questão de Ordem): Para efeitos de registro da história e dos anais, gostaria de registrar que os quatro Vereadores do PDT estão presentes no Plenário: Ver. Pedro Ruas, Ver. Elói Guimarães, este Vereador e o Ver. Nereu D'Ávila, que está, neste momento, atendendo o líder comunitário que aqui comparece.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): A Bancada do PTB sempre está presente na sua integralidade, mas, neste instante, temos apenas três Vereadores. Se for para fazer esse tipo de vigilância,  sempre que a nossa Bancada estiver completa, eu também farei o registro em relação à ausência das outras Bancadas. Não sei se o costume vai ser este, mas nós topamos a parada.

 

O SR. CARLOS GARCIA(Questão de Ordem): A Bancada do PSDB, embora sendo de apenas um elemento, está sempre presente, desde o início da Legislatura.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Um omisso, que falta muito e, várias vezes já disse, não trabalha mais na Casa, faz uma Questão de Ordem que não é Questão de Ordem e sim um desrespeito ao Vereador que está na tribuna. Eu não aceito esse tipo de coisa.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente,  este Vereador também utilizou a palavra.  Ver. João Dib, tenho muito respeito por V.Exa., mas gostaria que  dissesse quem é o omisso.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Não era Questão de Ordem nem ordem na questão. Pelo amor de Deus, respeitem  a quem está na tribuna e que democraticamente expressa  a sua colocação.

 Eu dizia, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, que esta Casa tem grandes oradores. Hoje, por exemplo, estavam aí os homens e as moças da Enfermagem e os discursos eram magníficos. Todos ao lado da Enfermagem! Esteve aí o Asilo Padre Cacique e todas as  Lideranças  usaram da palavra,  sem consumir o tempo de Liderança, porque aqui estava o  Padre Cacique - meia-dúzia de votos, provavelmente! Mas fico achando estranho, profundamente  estranho, Sr. Presidente, que quando se trata de discutir o Plano de Carreira dos Servidores Municipais, que atingiria os enfermeiros e a Enfermagem, ninguém fala, porque eles não estavam aqui e até não se dão conta, talvez, Sr. Presidente. Quando se pede  uma Comissão Especial para cuidar do dissídio coletivo, , onde os servidores municipais já foram lesados duas vezes, há uma dificuldade  para que as Comissões se expressem dizendo: “Faça-se a comissão para acompanhar o dissídio coletivo”. E é muito tranqüilo o que está sendo pedido, pois em 1991 o Prefeito desta Cidade retroagiu uma lei para  prejudicar, para tomar de dentro do bolso do servidor municipário um dinheiro que era seu, e deu um prejuízo de 30% no poder aquisitivo dos servidores municipais  naquele ano. É claro que a grande Secretaria de Administração esqueceu que o Prefeito também  teria que ter seu salário enquadrado  naquilo que ele estava aplicando para os servidores!  E nós tivemos o prazer de fazer o Prefeito da Cidade devolver o dinheiro recebido a mais! É claro, Sr. Presidente,  que, no ano de 1995,  o Prefeito Tarso Fernando Herz Genro  retroagiu uma decisão judicial para tomar o dinheiro dos municipários. Agora não é o Ver. João Dib que fala, porque em 1991 eu fiz com que esta Casa votasse que entraria na Justiça contra a má aplicação da lei e, depois, acharam que não deveriam entrar. Mas, em 1995, eu alertava: se ele tem uma decisão no dia 22 ou 23 de maio, em abril a bimestralidade estava completa,  era 11%, e ele deu apenas 3,2%, usando o direito da força.  Agora, o Judiciário gaúcho já disse que o Vereador, à época, tinha razão, o Prefeito estava tomando o dinheiro dos municipário,  por 14 a 8 - esteve 19 a 2 num momento, depois mudou para 14 a 8.   E isto vai acontecer de novo, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, por um plano  classificado que está prometido por vários anos pela Prefeitura do PT. Ameaça mandar fazer em São Paulo e não dá para os servidores municipais a oportunidade de melhorar os seus salários. Então, quando se fala da Enfermagem, era bom dizer que eles não receberam o Plano Classificado de Cargos prometido e cobrado ao Sr. Prefeito, sentado ao seu lado, Sr. Presidente, e eu, desta tribuna, lhe cobrei. Prometeu para três, quatro meses depois, mas acho que passaram quatro anos e não chegou a esta Casa. Então, é preciso, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, que se faça menos discurso, que se façam mais estudos e se responda pela execução perfeita da Lei. Que não se façam observações tolas, porque quando este Vereador está na tribuna, quando usa dados, este Vereador os estudou. Quando este Vereador diz que as Bancadas não estavam na sua plenitude no Plenário, não estavam mesmo.  Não tem por que um omisso chamar a atenção, em primeiro lugar, para uma Questão de Ordem que não era uma Questão de Ordem. Mas eu continuo dizendo, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, que é preciso ter responsabilidade, seriedade, é preciso conhecer.

Sr. Presidente, fico triste, porque estou me dirigindo a V.Exa.. sempre, porque o Presidente e o Vice-Presidente não estão nos seus lugares. Eu quero, Sr. Presidente, a resposta a uma formulação que fiz, em 1976, quando fui retirado do  Departamento Municipal de Habitação porque não podia ser Vereador e Diretor daquele Departamento. Eu quero a resposta. Quero que a Casa me diga se é verdade ou não. Não estou pedindo nada de mais. Que diferença existe na lei para o João Dib, para o Reginaldo Pujol, para o Mano José e para o João Verle? Eu quero saber, Sr. Presidente, se o Secretário de Saúde assumiu normalmente a Secretaria ou se infringiu a Lei Orgânica. Quero que a Casa  me diga. Não estou pedindo nada de mais, só quero que  a Lei seja cumprida, que seja respeitada. É por isso, Sr. Presidente, que não entendo que essa Comissão para tratar do dissídio dos municipários não esteja já atuando. Agora, se os municipários estivessem ali, ocupando as galerias, nós teríamos vários discursos dizendo que eles têm toda a razão, que precisam receber, que precisam ser protegidos. Uma Prefeitura onde sobra dinheiro, onde se gasta imensa soma em publicidade, pode dar melhores condições de trabalho para os seus servidores e pode pagar melhores salários. Foi, aliás, uma das coisas de que a Enfermagem reclamou desta tribuna: não há um piso salarial para eles.

O Município tem muito dinheiro. Pode ser que, se todos tomarem atenção no Plenário e não forem omissos, nós tenhamos melhores soluções e até ordem na questão. Saúde e paz ! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Motta está com a palavra.

 

O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, volto a falar sobre um tema que, praticamente, tem sido, pelo menos para alguns Vereadores, o  principal nos últimos dias: o projeto do Governador do Estado que extingue a Caixa Econômica Estadual. Faço isso em consideração aos vários Vereadores que participaram de uma das votações que tivemos do referido projeto, quando aprovamos, aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre, um requerimento  sugerindo uma emenda constitucional, tendo como base um dos artigos da Constituição Estadual, sugerindo a manutenção do atual regime jurídico da Caixa Econômica Estadual, bem como a proibição da sua extinção ou incorporação por alguma instituição financeira privada ou pública. Aquele encaminhamento foi tornado público para várias Câmaras, Ver. Isaac Ainhorn e Ver. Elói Guimarães, que, uma vez tomando conhecimento dessa possibilidade regimental,  ligaram aqui para a Câmara Municipal de Porto Alegre e também para o próprio sindicato, o SINDICAIXA.

Eu faço este pronunciamento como um reconhecimento e até como uma prestação de contas aos Vereadores que se interessaram por aquela votação, mesmo aos que votaram contrários, para dar uma notícia positiva com relação à iniciativa que tivemos aqui. Apesar do curto espaço de tempo que se teve para fazer todo esse esquema e toda essa articulação no Estado, até sexta-feira passada, nós já tínhamos registrado, no protocolo da Assembléia Legislativa do Estado, sessenta e nove Municípios com a mesma emenda constitucional aprovada, faltando apenas vinte e quatro para constituir o quórum, que são noventa e quatro Câmaras Municipais.

Vou citar, apenas para registro da memória da Câmara, alguns Municípios - são sessenta e nove, é uma lista muito grande - que já aprovaram e, na sua grande maioria, Ver. João Dib, Pedro Américo Leal, Alberto Moesch, que, com seu pronunciamento hoje, mais uma vez, demonstra a qualidade da representação da vossa Bancada neste Parlamento, a maioria dessas Câmaras contou com aprovação e voto favorável dos Vereadores do vosso partido.

Cito, aqui, exemplos de Municípios que já aprovaram e que estiveram representados na data da votação do primeiro turno da Emenda e muitos deles, certamente, estarão presentes na nova reunião que a Comissão de Assuntos Municipais, presidida pelo Dep. Valdir Fraga, correligionário do Ver. Paulo Brum, fará com o apoio da Mesa da Assembléia, no dia 20, data da votação do segundo turno.

A nossa expectativa é de que, antes do dia 20, fechemos o quórum exigido constitucionalmente em um quinto, que, até sexta-feira, às 17h24min, já eram sessenta e nove, faltando vinte e quatro Câmaras Municipais. Cito alguns Municípios que já encaminharam posição em relação ao PEC: Palmeira das Missões, Ernestina, Nova Palma, Canoas, Cachoeirinha, Porto Alegre, que foi a sexta Câmara a protocolar,  Pelotas, Esteio, Santo Angelo, Cachoeira do Sul, São Luiz Gonzaga, Gaurama, Gravataí, Rio Pardo, Santa Maria, Entre Rios do Sul, Estação,  Ibiaçá, Nova Araça, Ibirubá,  Getúlio Vargas, Barão do Cotegipe, M. Castelhano, Erebango, Tapejara, Sinimbú, Santa Rosa, Nonoai, Lavras do Sul, Ijuí, Agudos, Campinas das Missões, Cajueiro, Esmeralda, Lagoa Vermelha, Porto Xavier, São José do Ouro, Vera Cruz, Cochilha, Machadinho, Maximiliano de Almeida, Paim  Filho, Marcelino Ramos, André da Rocha, Caçapava do Sul, Iraí, Sertão, Viadutos, Itacorubi, Santana do Livramento, São Sebastião do Caí, Sapucaia, Arambaré, Camaquã, Caibaté, Campinas do Sul, Ciriaco, Encruzilhada do Sul, Erexim, Severiano Silveira, Mariano Moro, São Gabriel, Paraí, Santiago, São Pedro do Sul, Unistalda, Venâncio Aires, Santa Cruz e Bagé, que é a 69ª.

Portanto, faço esta prestação de contas ao Plenário desta Câmara que teve a responsabilidade de se posicionar frente à proposta inicialmente feita por este Vereador  e que, hoje, já é uma proposta de sessenta e nove Câmaras Municipais, e temos esperança de que antes do dia 20 estejam incluídas as restantes vinte e cinco Câmaras, o que atingiria o quórum de um quinto das Câmaras, comportando, portanto, um total de noventa e quatro.

 

A Sra. Clênia Maranhão: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Já que V.Exa. está acompanhando a questão da fusão do sistema financeiro do Estado do Rio Grande do Sul, gostaria de perguntar a V.Exa. se conhece que o Governador do Estado do Espírito Santo, do seu partido, já fez a privatização do banco do Estado e assim também como o Governador Miguel Arraes, do PSB, fez a privatização do BANEPE.

 

O Sr. Adeli Sell: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, o Governador do Espírito Santo, para seu esclarecimento - participei de uma reunião nacional com ele -, não privatizou o banco. Houve demissões que foram criticadas pela direção nacional do Partido dos Trabalhadores e está em discussão, inclusive, o processo de reversão de uma possível privatização. Mas não foi privatizado o banco, a bem da verdade.

 

O Sr. Luiz Braz: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu estou estranhando o pronunciamento de V.Exa. hoje. Eu confio na sua palavra e V.Exa., na última Sessão, havia dito para este Vereador que mais de cem Câmaras já haviam aprovado.

 

O SR. JOÃO MOTTA: Já haviam recebido, mas não aprovado. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero dizer que a intervenção da Ver. Clênia Maranhão traz mais elementos para essa polêmica discussão, que, em última instância, é a questão da reforma do Estado e qual o papel que o Estado, dentro da República Brasileira, tem a cumprir. O que nós estamos materializando, pelo menos a nível da oposição aqui no Rio Grande do Sul, é uma opinião crítica com relação à forma com que os Estados estão se integrando nesse processo de reforma do sistema financeiro a nível nacional - vide o caso do Rio de Janeiro, vide o caso de São Paulo, que vai ter uma etapa preliminar, na medida em que o Banespa foi federalizado para depois ser privatizado. Aqui, no Rio Grande do Sul, também nós estamos nos encaminhando para o processo de privatização do Banrisul, mas com essa etapa anterior, que é a extinção do BRDE e da Caixa Estadual. Eu não estou inventando nada. Estamos reproduzindo as duas Medidas Provisórias do Governo Federal, editadas pelo Sr. Fernando Henrique Cardoso, e que os governos,  alguns, estão cumprindo, outros estão negociando os termos  etc. Agora, o que estamos aqui denunciando é que alguns governos estão, sem qualquer tipo de exigência, pura e simplesmente assumindo os termos das duas Medidas Provisórias que prevêem esse tipo de medida que está sendo adotada, aqui, no Rio Grande do Sul, e que alguns parlamentares e setores da  sociedade estão-se colocando contra, como nós, na Câmara de Vereadores. Muito obrigado.  

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerramos o período de  Grande Expediente e passamos a palavra ao Ver. Antonio Hohlfeldt para uma  Comunicação de Liderança.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, neste tempo  de Liderança, eu quero, de maneira formal, comunicar às Bancadas desta Casa, inclusive à Bancada do PT, que, tendo em vista a absoluta omissão da Prefeitura Municipal de Porto Alegre em enviar dados e documentos formais sobre o Shopping Cristal, nós estamos colocando à disposição das Lideranças toda a documentação que foi enviada pela MULTIPLAN e a mim entregue na sexta-feira, com todos os documentos que a Prefeitura deveria ter enviado à Casa, se por respeito à Casa assim procedesse. Mas,  a exemplo do Projeto que vamos discutir e votar daqui a pouco, que é um projeto de suplementação de verbas do DMAE, o Executivo, com absoluto desrespeito pela Casa, jamais envia os processos ditos azuis, em que nós teríamos acesso a toda a tramitação dos problemas, das questões até o momento em que elas são concretizadas num projeto de lei que, então, é enviado ao Legislativo Municipal. A maioria dos Vereadores desta Casa, inclusive os das Bancadas de oposição que já ocuparam cargos no Executivo em um outro momento, sabem que nenhum projeto assim se torna e assim é enviado ao Legislativo antes de ter tramitado em uma pressa maior ou menor, em uma densidade maior ou menor, conforme a importância do caso, no interior do Executivo. Sabemos que, igualmente, isso forma um processo específico que deveria constar do conjunto de documentos a serem enviados a esta Casa. No caso Shopping Cristal é lamentável, é desrespeitoso, é considerar esta Casa um conjunto de trinta e três idiotas, estúpidos e burros, mantendo que aquilo que aqui está , nas doze páginas, no máximo, foi o processo interno de discussão do Shopping Cristal. Por outro lado, se mantida essa posição por parte do Executivo, atesta que o artigo do Ver. Guilherme Barbosa pode ser muito bonito para ser lido na “Zero Hora” de sábado, mas não condiz com a realidade do que aconteceu lá dentro da Prefeitura, porque é impossível que um processo aberto e transparente resulte em dez páginas chochas, insossas e inconseqüentes que nem mesmo um EVU  consegue conter, que nem mesmo um mapa com planta baixa consegue conter no seu interior. Pois em menos de 24 horas este Vereador conseguiu a documentação, só que essa não é a oficial.  Por um respeito à Casa, deve ser enviada aqui a documentação oficial.

Eu estava aguardando a presença do Ver. Clovis Ilgenfritz, que até agora  não se fez presente, porque não queria falar por trás: registro o meu estranhamento com a atitude do Partido dos Trabalhadores e dos seus  representantes na Comissão de Funcionários Técnicos nomeada e formada para estudar o Plano Diretor. Há  duas semanas essa Comissão foi absolutamente esvaziada, e os cinco representantes do PT não se reúnem mais com a Comissão, mas se reúnem, exclusivamente, no Executivo, lá na Secretaria de Planejamento. Inclusive a Coordenadora do grupo de trabalho está ausente das reuniões do grupo aqui da Casa. Enquanto isso, a Secretaria do Planejamento  negou-se a enviar técnicos à Casa e negou-se a trabalhar  com a Comissão de Técnicos desta Casa.  Solicito ao Presidente dos trabalhos, Ver. Isaac Ainhorn, que confirme essa questão, que é grave.  A Comissão de Funcionários, que cada Liderança aqui indicou, não está continuando o seu trabalho por falta de quórum, porque os cinco representantes do Partido dos Trabalhadores não comparecem às reuniões porque estão se reunindo na Secretaria do Planejamento.  Que eles o façam não me diz respeito, é questão  partidária, mas que isso seja feito no horário previamente definido, como reuniões da Comissão desta Casa, paga com o dinheiro do povo e que responde por um encaminhamento desta Casa e não do Executivo Municipal. Este é o meu questionamento, porque  agora não é mais um desrespeito à Casa, mas  é  intervir diretamente nos processos internos dela. Muito obrigado.

             

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE(Isaac Ainhorn): Ver. Antonio Hohlfeldt, a  Mesa justifica a ausência, nesta tarde, do Ver. Clovis Ilgenfritz, Presidente desta Casa, que está com problemas, pois um familiar seu está acamado, obrigando-o a ausentar-se no dia de hoje, mas,  pela natureza e pela gravidade da  formulação feita por V. Exa., nós, o mais rápido possível, em conversações com o próprio Presidente da Casa, vamos  tomar a iniciativa de esclarecê-lo.

                                             

 O SR. ANTONIO HOHLFELDT(Questão de Ordem): Acredito que o Presidente da Casa desconhece  a situação que eu trouxe.

                                                     

O SR. PRESIDENTE: Não tenho dúvida de que a manifestação de V. Exa. foi extremamente séria e respeitosa, buscando o esclarecimento desta Mesa Diretora, sobretudo pela  gravidade  para  o Presidente desta Casa  e para os Vereadores.

O Ver. Carlos Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Liderança.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, continuamos a nossa peregrinação em escolas estaduais aqui em Porto Alegre. Na semana passada, quando registramos que em inúmeras escolas faltavam professores, disseram-nos que a falta era,  essencialmente, porque alguns estavam de licença. Coincidentemente ou não, a partir de quarta-feira, o que vimos em nossa Cidade é que todos os dias  pelo menos uma escola fazia um manifesto, uma passeata, solicitando professores. Ainda hoje tivemos a oportunidade,  com  algumas pessoas do gabinete, de visitar a Escola  Florindo Tobino Sampaio, e constatamos que faltam professores de Matemática e Educação Artística. Mas a nossa preocupação maior é com a Escola Estadual  de 1o e 2o. Graus  Rio Branco,  que fica na Protásio Alves, um colégio com mais de dois mil e duzentos alunos e,  pasmem, até agora, desde o início do ano, não tiveram aula de Física, Português e  Técnicas Domésticas. Novamente, desta tribuna, encarecemos que a Secretaria de Educação verifique o que está ocorrendo, porque essa mesma escola, por inúmeras vezes - e está protocolado - solicitou professor. Achamos que está havendo um descaso por parte da própria Secretária da Educação, e nós vamos continuar a nossa peregrinação até que não haja mais denúncia de falta de professores em nossa Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em tempo de Liderança.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Tenho constatado que assuntos de grande relevância são objeto de manifestações desta tribuna sem que essas manifestações tenham repercussão adequada. Com freqüência afirmo desta tribuna que não fico de fora de nenhum tipo de discussão que, eventualmente, seja aqui proposta, mas  preocupo-me sobremaneira de que não raro, na discussão de situações que dizem respeito a Porto Alegre, possamos correr o risco de relegar para um plano secundário situações como essa, por exemplo, que o Vereador, Líder do PSB da Casa, informa da tribuna  acerca de deficiências na rede de ensino público da Cidade, que já se tornam repetitivas, segundo a informação insuspeita do ilustre Ver. Carlos Garcia. Então, eu quero, com a responsabilidade de quem pertence a um dos partidos que forma a aliança política que sustenta o Governo do Estado, convidar e conclamar as demais Lideranças para que, em conjunto, num verdadeiro serviço público, num verdadeiro serviço à Cidade de Porto Alegre, façam chegar à Professora Iara Wortmann,  mulher extremamente competente, esta nossa preocupação, segundo a qual as reclamações do Ver. Carlos Garcia, absolutamente respeitosas e bem endereçadas, possam se perder no vazio em prejuízo das crianças, dos escolares, das famílias, enfim, da sociedade de Porto Alegre, que tem,  na rede pública de ensino estadual, a sua grande alternativa para a educação daqueles pequenos que precisam se valer desta escola pública na ausência de outra alternativa.

Se nós quisermos ter autoridade de reclamar precedência para os assuntos de maior interesse do Município nas discussões que se produzem nesta Casa, nós ficamos responsabilizados. Quando nós temos um fato desta gravidade, do tamanho da reclamação do Ver. Carlos Garcia, da importância e da aguda sensibilidade que ela desperta, nós temos obrigação de nos posicionar de pronto. É por  isso que eu conclamo os meus companheiros do PSDB, do PPB, do PTB, enfim, aqueles que integram a base política do Governo do Estado, para que, com a brevidade devida, a que se tragam a esta Casa e, através dela, à população de Porto Alegre informações confortantes de que, constatado como efetivamente está o problema, se tenha o desdobramento de soluções urgentes e imediatas, capazes de minimizá-lo, de superá-lo e de fazer com que os efeitos negativos que o fato já determinou possam ser abrandados através de uma resposta urgente,  imediata e positiva  da Secretaria de Educação e Cultura, que deve receber  essa reclamação do Ver. Carlos Garcia como uma contribuição honesta e sincera de quem quer, no exercício do seu mandato, contribuir para que não se avolume uma situação que, efetivamente, está-se registrando nas escolas públicas de Porto Alegre.

Com a responsabilidade de homem do PFL, de homem solidário com o Governo Britto, quero dizer ao Ver. Carlos Garcia que a partir de hoje - e já estou concitando meus companheiros de apoio político ao Governo do Estado - V. Exa. e a sociedade de Porto Alegre precisam ter uma resposta absolutamente rápida, com a imediatez que o caso merece, uma resposta objetiva, que tem que ser acompanhada do anúncio de providências tendentes a diminuir, dirimir  e superar esse fato lamentável que V. Exa. com tanta honestidade trouxe desta tribuna.

Era o que eu tinha a dizer em Comunicação de Liderança, acrescentando que isso é um bom exemplo da colocação do mandato popular a serviço das boas causas. Muito obrigado.

                

(Não revisto pelo orador)

 

O  SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn):  Convidamos o Ver. Reginaldo Pujol para assumir a Presidência dos trabalhos, uma vez que este Vereador irá ao Palácio Piratini para assistir à assinatura do edital de Interligação dos Sistemas Elétricos do Brasil e Argentina, pelo  Ministro das Minas e Energia, Sr. Flávio Brito.

          

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Passamos à

                                     

PAUTA ESPECIAL

 

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 1490/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 018/97, que dispõe sobre o Plano Plurianual para o quadriênio de 1998/2001 e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Está  com a palavra o Ver. Adeli Sell para discutir a Pauta Especial. Ausente. Está com a palavra o Ver. Cláudio Sebenelo para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, evidentemente que vamos debater a área da saúde no Plano Plurianual. Vamos abordar as diretrizes da Secretaria Municipal da Saúde para o exercício de 98 até 2001. Como diretrizes entendemos o estabelecimento de uma estratégia para a área da saúde. Lamento que as pessoas a quem gostaria de me referir não estejam aqui presentes. O primeiro item  é fortalecer o Sistema Único de Saúde do Município. Esse fortalecimento se dá, muitas vezes, pela presença de verbas  federais. Parece mentira que nos nove anos de Administração Popular em Porto Alegre não tivemos a felicidade de possuir, em nossa Cidade, uma política municipal de saúde. O segundo item  é a adoção de estratégia para a promoção de saúde. Vejam, isso pode ser feito pelo Programa de Saúde da Família do Ministério da Saúde, que tem  trinta e quatro equipes em Porto Alegre sustentadas pelo Ministério da Saúde, já em funcionamento. Informo que a estatística dada pelo Ver. Adeli Sell correspondente a esse item é de que, no ano passado, foi de 60 "per capita" a aplicação em dólares. O Vereador não foi feliz nessa declaração, pois foi de 95 dólares,  conforme informação do Ministério da Saúde, e o Ver. Adeli Sell, explorando um momento emocional de festa da Enfermagem, disse que aplicamos no ano passado 60 dólares “per capita”. Não foi feliz no dado, para não usar uma outra expressão. Quero dizer que, em vez de se congratular com a festa da Enfermagem, diz que não tem nenhuma - e aí que o Plano Plurianual é fundamental -,  nenhuma razão de fazer festa no Dia da Enfermagem, quando no Brasil o Ministério  da Saúde financiou 2,8 milhões de partos, 318 milhões de consultas, 12 milhões de internações hospitalares, 502 milhões de exames, 48 milhões de doses de vacinas aplicadas. Ora, por favor, temos muito o que festejar neste País! Temos momentos de dificuldade, de depressão. Temos problemas, não há dúvidas!  Mas esse dado eu quero dar a vocês como oficial do Ministério da Saúde, porque não foi feliz o Ver. Adeli Sell quando se reportou a uma situação de saúde no Governo Fernando Henrique, que não é verdade, que é a busca do resgate dessa área da saúde: esta avaliação e  auditoria sobre a destinação, produtividade e eficácia  do emprego de verbas em saúde.  Pois o Ministério da Saúde - e isso está escrito nas diretrizes do exercício de 98 a 2001 do Plano Plurianual, item 3, “Avaliação e Auditoria”-, acaba o Ministério da Saúde de, para garantir a avaliação e controle dos serviços em todas as instâncias do sistema de saúde, implantar  um  sistema nacional de auditoria, que vai integrar as auditorias médica e contábil em todo o Brasil, inclusive nos Municípios.

 

O Ver. Juarez Pinheiro: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Caro Ver. Cláudio Sebenelo, o pronunciamento feito com ênfase por parte de V.Exa., com dados, é importante para o debate político. Apenas para que não fiquem dados equívocos no seu pronunciamento, quero dizer que são vinte e seis programas de saúde-família que estão sendo implantados, com a perspectiva de mais quatro para breve.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: São trinta e quatro para Porto Alegre, inclusive alguns que já estão funcionando e que não receberam a verba. Há vinte e seis que receberam a verba, mas há oito que estão funcionando e vão receber agora.

                  

O Sr. Juarez Pinheiro: Há previsão de mais quatro. Completaríamos trinta. Na verdade, estamos tendo problemas no repasse desses recursos. E, por último, não querendo contestar os dados que V. Exa. tem, quero dizer que, no orçamento do País de 96, os recursos para a saúde foram menores do que no orçamento de 95.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Desgraçadamente não posso concordar com o amigo: foi o dobro de 95. São dados do Ministério da Saúde.

O CPMF, que dizem que foi desviado, não foi: tenho aqui todos os dados de aplicação do CPMF em pagamentos de hospitais, em pagamentos de plano de vacinação. Vinte e poucos por cento foi para pagamento da dívida dos 25% que estão atrasados. Isso é verdade.  Mas se deu uma visão distorcida, tão distorcida quanto esta que está sendo dada, por exemplo, pela implementação da Central Municipal de Marcação de Consultas  Especializadas e da Central de Internação.  Não temos Central de Internação. Há nove anos que o PT tem a saúde de Porto Alegre, não temos médicos especializados, e experimentem marcar uma primeira consulta para verem: vão levar quanto tempo?

Muitas vezes o meu pronunciamento pode servir de chacota para alguns. A intervenção junto aos grupos de maior carência social e sanitária não é do Município, porque o Município falhou na área social nos últimos nove anos da administração do PT. Todos nós sabemos. Esse foi o "calcanhar de Aquiles" na última eleição. O PT sabe disso, mas nunca chegou e disse: "Realmente, estamos errados". Não: diz que "está tudo uma maravilha, muito bem, o governo federal é que não presta".

 

O Sr. José Valdir: O pronunciamento de V. Exa. não é chacota, é chicote.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: O chicote quem lançou em primeiro lugar não fui eu, foi o Ver. Adeli Sell, fazendo proselitismo político em cima de uma festa. Ao invés de se congratular com as enfermeiras, começou a fazer figuração eleitoral, proselitismo político. Isso é o chamado populismo demagógico, de que as pessoas não gostam de ser acusadas, mas essa é uma postura populista demagógica. Todo o mundo sabe que o Governo Fernando Henrique Cardoso está voltado para o problema da área da saúde, e fiz um pronunciamento aqui mostrando e provando com dados muito nítidos, muito abertos, transparentes, que se tem  tentado resgatar um problema que não é só do Governo Fernando Henrique, mas de todos os governos anteriores; é um fenômeno de acúmulo. Em dois anos querem que se resolvam todos os problemas do País. O problema da reforma agrária, por exemplo, agora - eles não tiveram um cadáver na marcha dos sem-terras. Eles ficaram muito chateados, pois faltou um cadáver.

As pessoas estão dialogando, estão conversando e estão sendo recebidas e o Município não nos recebe para muitas coisas, ou nos recebe mal.

Elevar o padrão de qualidade dos serviços de saúde... Ver. Gerson Almeida, se V.Exa. quiser eu lhe dou o aparte com imenso prazer.

             

O Sr. Gerson Almeida:  Ver. Cláudio Sebenelo,  o tema é o Orçamento Plurianual. V.Exa.  começou a tratar dele.  Mas, independente de qualquer coisa, talvez, movido pela emoção, V.Exa. tenha exagerado muito. O partido dos Trabalhadores jamais ...

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Quem exagerou foi o Ver. Adeli Sell e estou respondendo a ele através do Plano Plurianual.

            

O Sr. Gerson Almeida: Jamais o Partido dos Trabalhadores quis qualquer cadáver. Ao contrário,  nos últimos oito anos foram assassinados mil trabalhadores sem terra.

         

O SR. CLÁUDIO SEBENELO:  Eu me referia à marcha dos trabalhadores sem terra.

         

O Sr. Gerson Almeida: O Partido dos Trabalhadores, assim como outros partidos, tem lutado pela reforma agrária para diminuir a tensão social e a criminalidade. Os trabalhadores sem terra são vítimas e não algozes.

          

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Eu gostaria que V.Exa. elogiasse a disposição do Governo de receber os trabalhadores e  com eles dialogar. Isso deve ser elogiado.

           

O Sr. Gerson Almeida: O seu Governo não tem desarmado os latifundiários. Antonio Carlos Magalhães...

           

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: É obrigação, por exemplo, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente nos receber, e  ela nos recebeu de forma debochada   e sem nenhuma fidalguia.

          

O Sr. Gerson Almeida: Se algum governo gosta de cadáver, não é  nosso.

            

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Mas, talvez, muito provavelmente, vocês esperavam é um cadáver.

             Aprofundar o controle social sobre a gestão do SUS através  do Orçamento Participativo e Conselho de Saúde. Vejam os Srs. Vereadores que os Conselhos  de Saúde dos Municípios estão sendo incentivados, prestigiados e elogiados  pelo Governo Federal através de propaganda na televisão para que haja um controle, uma fiscalização e aplicação  desses valores que são repassados para os Municípios.

Gostaria de cumprimentar o Ver. Gerson Almeida, que fez um pronunciamento reivindicativo e competente, e isso  é política e não fazer proselitismo em dias de festa em que haja uma audiência um pouquinho aumentada. Isso não se faz. Quando todos nós fomos educados, quando todos nós fomos civilizados, vem um proselitismo eleitoral  em cima, vem um populismo demagógico em cima do Dia da Enfermagem.  O próprio Ministério da Saúde, para melhorar o serviço de saúde, conta com gestão plena, consórcios, resgates em primeiros socorros,  alternativas à internação hospitalar, capacitação,  REFORSUS, AIDS, creditação hospitalar, controle  do câncer, revisão  da tabela do SUS, plano  de saúde  e mutirão social pela saúde. Associo-me aos dez itens das diretrizes da Secretaria Municipal de Saúde, que só vai cumprir as diretrizes se associar ao  Estado e à Federação. Isso é uma parceria. O que não se pode é "virar o cocho", o que não se pode é receber verba federal e dizer que o Governo não presta, que não existe ou que não se preocupa;  o Governo se preocupa  muito e  tem pouco dinheiro. Agora está providenciando para aumentar, inclusive através do CPMF, através de uma emenda,  levando  30% do bruto do faturamento  da Previdência  Social para a área da saúde.

Era isso o que eu queria dizer para vocês,  nesse estudo do Plano Plurianual.  Há uma indispensável  ideologia voltada a uma parceria - ideologicamente parceiros -  entre Estado, Município e Nação no sentido de cumprir as diretrizes.  Esse tipo de proselitismo numa área em que... Perdoem-me, mas o PT não tem sido feliz  apesar  do esforço  e da competência de muitas pessoas,  porque,  nos primeiros quatro anos,   não houve  nenhuma diretriz de saúde e, depois,  tentou armar uma política de saúde. Não conseguiu  e faz com que, hoje,  esse Plano Plurianual da área da saúde promova todos os itens e não estabeleça nada. Inclusive ele é um plano espalhado, um plano como se fosse um tiro de chumbo espraiado e não uma coisa puntiforme. Pela complexidade da saúde, penso  que tinham que escolher metas  a serem atingidas, mas essas metas não estão numericamente propostas. Parece-me que os dez itens podem ser usados,  se levarem em consideração, por exemplo, que a extensão e o reforço da atenção continuada de primeira linha àquele que atende do primeiro ao longo da vida vai contar, e muito, em 50% dos postos,  por exemplo, do Grupo Hospitalar Conceição, que é verba federal.  Isso vai entrar na estatística de Porto Alegre. Muitas das consultas vão ser feitas pela estrutura federal. Só cresceu o número de postos em Porto Alegre, porque cinqüenta e seis postos da Secretaria da Saúde foram repassados para a Secretaria Municipal da Saúde.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O tempo de V. Exa. está esgotado, Vereador.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Eu agradeço a atenção dos colegas e quero dizer que, mais do que essa proposta, a idéia do fortalecimento das iniciativas e do controle social sobre a área da saúde, se não houver parceria com o Governo Federal, ela não vai existir. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell havia se inscrito. Perdeu o tempo, mas fala em tempo cedido pelo Ver. Juarez Pinheiro.  Ver. João Dib,  ele desistiu do tempo e o Ver. Adeli Sell voltou a se inscrever. Se V. Exa. concordar que ele fale agora, ele fala. Caso contrário, V. Exa. está com a palavra.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu estava inscrito neste ponto de Pauta para colocar algumas questões básicas sobre o Plano Plurianual e vou fazê-lo, não sem antes dizer que eu busco pelo método do convencimento das idéias. Essa é minha arma e não outras. O meu método de trabalho é o do diálogo. Eu não me pauto por fazer cenas, seja com o Plenário cheio ou vazio. O que eu vou falar aqui eu escrevi, portanto não vou mudar a essência do que está escrito para responder a qualquer outra questão. Vou-me ater ao que eu aqui coloquei.

O Plano Plurianual, que está em discussão nesta Casa, engloba diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública Municipal de Porto Alegre para as despesas de capital e outras delas decorrentes e as relativas aos programas de duração continuada.

A grande novidade deste plano em relação aos anteriores é que ele foi amplamente debatido com a comunidade através do Orçamento Participativo. O Ver. Gerson Almeida, Líder do PT, já deu os dados das dezesseis reuniões e das temáticas perfazendo onze mil e cem pessoas. Além disso, quero aqui expressar quais as diretrizes, segundo a nossa visão, que são as molas-mestras do nosso Plano Plurianual. Acredito que todos Vereadores já devem ter lido atenciosamente e, por isso, quero reprisar, aqui, o que é, para nós, a essência do Plano, isto é, as diretrizes gerais: 1º) continuidade do Orçamento Participativo como principal instrumento de gestão pública democrática; 2º) políticas sociais: priorização dos serviços de educação, saúde e assistência social; 3º) política habitacional com ênfase no Programa de Regularização Fundiária; construção e apoio a formas alternativas de produção de unidades habitacionais, lotes urbanizados e autoconstrução; ações que garantam a função social da propriedade; e a execução do Programa Área de Risco; 4º) ações e obras de infra-estrutura urbana e saneamento básico - essencial para aquelas questões aqui cobradas pelo Vereador, porque isso é básico para prevenção de saúde; 5º) política de incentivo ao desenvolvimento econômico e geração de renda, porque não se distribui miséria, só se distribui quando há acúmulo, e nós queremos trabalhar pelo desenvolvimento econômico e pela geração de renda que, evidentemente, desemboca na geração de mais postos de trabalho; 6º) ações e medidas que visem o aumento da eficiência da máquina pública através da informatização e novos métodos de trabalho, bem como da possibilidade de termos uma política de recursos humanos, porque para o funcionário, que é a principal riqueza da Administração, não bastam apenas os salários três vezes maiores do que muitos outros serviços públicos estaduais e federal, mas também uma política de recursos humanos.                                 

Os recursos financeiros.  O total de recursos  previstos para os quatro anos, da Administração Direta e Indireta, é de 4,9 bilhões, sendo 599 milhões relativos a investimentos, representando 19,51% do total, sem o SUS, Ver. Sebenelo. O investimento da Administração Direta é de 325 milhões, o que representa 8l milhões ao ano, enquanto o Governo do Estado, com todos os seus Municípios, investiu em 1996 apenas 141, ou seja,  nem o dobro do que vamos fazer aqui.

Em linhas gerais o Plano consolida a manutenção dos serviços básicos  prestados à comunidade e prioriza os serviços sociais e de infra-estrutura, que possibilitam que Porto Alegre seja considerada, hoje, a melhor capital do País para se investir. Além disso, a política de incentivo ao desenvolvimento econômico e de geração de renda e emprego será enfatizada, partindo-se do pressuposto de que o Poder Público Municipal tem o importante papel de indutor da atividade econômica. Em última diretriz, baseia-se, também, na análise de que o maior problema enfrentado hoje no Brasil - e Porto Alegre não é exceção -  é o desemprego.  Isso gera uma demanda cada vez maior pelos serviços sociais, principalmente assistência social, a cargo dos Municípios, ao mesmo tempo em que a estrutura fiscal brasileira é extremamente mal distribuída. Do total dos recursos arrecadados, 54% com a União, 29% com os Estados e apenas 17% com os Municípios! Por isso, meu caro Ver. Sebenelo, porque os Municípios têm apenas 17% da arrecadação e a União fica com 54%, é que ela deve colocar, no mínimo, 10% para a saúde pública  neste País.  O Estado, que fica com 29%, e os Municípios, que ficam com 17%, também precisam colocar 10%, como são os 13% que nós aplicamos na saúde.

Outra diretriz importante que permeia todo o Plano é a questão da eficiência da máquina pública com a qualificação funcional e a informatização de todas as Secretarias, visando otimizar o trabalho da Prefeitura e melhorar o atendimento ao público. Enfim, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, nós, apresentando esse Plano Plurianual que tramita agora nesta Casa, temos a grande oportunidade de discutir e de fazer valer aqui aquilo que foi a queixa de alguns Vereadores. Em alguns momentos, eu diria, Ver. João Dib, com sinceridade e com correção, que é preciso discutir mais questões de Porto Alegre. Pois agora é o momento de fazê-lo com toda a transparência. E nós, Vereadores do PT, Vereadores governistas, estamos completamente abertos a receber toda e qualquer sugestão, como nos abrimos para 11.100 pessoas. Pode parecer pouco - 0,6% -, como aqui foi dito, mas é uma metodologia que acredito que abre a possibilidade de errarmos menos, de trazermos questões da sociedade para que, antes de apresentar para os Vereadores, possamos trazer um pouco daquilo que ocorre e a demanda da sociedade. Os trinta e três Vereadores representantes do conjunto de 100%  dos eleitores, sem dúvida nenhuma, acrescentarão elementos importantes para esse debate. Mas aqui é preciso, com toda a sinceridade, com toda a transparência, sem demagogia, colocar aquilo que é possível fazer com os minguados recursos que ficam hoje na mão da Prefeitura, porque o Sistema Financeiro, ou melhor dizendo, o sistema fiscal implantado no Brasil, ele privilegia a Federação. Nós achamos que as questões básicas estão sendo colocadas hoje nas mãos do Município, nas costas do Município e para que possamos carregar toda essa responsabilidade é preciso que haja mais verbas para os Municípios. Por isso, na questão do SUS, meu caro Ver. Cláudio Sebenelo, é preciso que o Governo Federal cumpra a sua parte. Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. Vereadores.

          

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): O Ver. José Valdir está com a palavra. Desiste. O Ver. João Dib  está com a palavra.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, honra-me sobremaneira suceder, nesta tribuna, o Ver. Adeli Sell. O Ver. Adeli Sell é um homem de diálogo, e, se todos falassem da mesma maneira que S. Exa., eu posso, com toda a convicção, afirmar que o meu espírito conciliador estaria sempre presente; eu falaria sorrindo; eu não teria que falar nos omissos; eu não teria que falar naqueles que incomodam e que não produzem neste Plenário.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quando eu era menino, na escola, e chamava alguém de omisso, o meu mestre me mandava escrever cem linhas: "Não devo chamar meus colegas de omissos". Hoje, eu poderia, rapidamente, fazendo a minha interferência no Plano Plurianual, dizer duas ou três linhas e pedir que a Taquigrafia as repetisse até que se completassem os quinze minutos que eu teria direito de utilizar. É porque eu penso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que lei deve ser clara, precisa, concisa e respeitada. E quem deve fazer com que a lei seja respeitada senão o legislador?

Eu tenho Parecer da Comissão de Justiça, aprovado por unanimidade, com os votos do PT, dizendo que os 13% da saúde, levantados tão bem pelo Ver. Adeli Sell, se referem ao orçamento global do Município. E o Município não pode ser dividido ao sabor dos nossos interesses momentâneos. O Município, na forma da Lei Orgânica, que é absolutamente clara, em seu art. 164 diz: “O montante das despesas com saúde não será inferior a 13% das despesas globais do orçamento anual do Município, excluídas do cálculo as transferências da União e do Estado referentes ao Sistema Único de Saúde”. E o que é o Município?  O art. 2º diz: “São Poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o Executivo e o Legislativo”.  E tão-somente isto. Não tem o Município dividido. Não tem o Município que diz que o orçamento global é da Administração Centralizada, mais o DMLU, mais o DEMHAB. O Município é  um todo - Centralizada, Autarquias, Fundações e Câmara. Este é o Município: Executivo e Legislativo.

E o Município, que deveria fazer as coisas com seriedade, exclui até aqui no Plurianual, que diz no item II, “das despesas”: “a despesa com pessoal, encargos sociais da Administração Direta e Indireta” sem o DMAE. Mas é DMAE,  é Município. E a Lei Camata diz que é 60% das despesas correntes do Município. Então, não tem por que excluir o DMAE. É a Lei Camata que diz, não fui eu que disse. É usada pelo Prefeito até para tomar o dinheiro dos funcionários municipais. Sem o DMAE  no valor de 60% das receitas correntes dá  2.327.000.000. 

Ora, os gastos de pessoal são no Município. O DMAE faz parte, é parte do Município. E falando em orçamento global do Município, o Prefeito, todos os anos, assina o orçamento global do Município. Só que até o ano passado eu não tinha a decisão da Comissão de Justiça, por unanimidade,  que o orçamento deve conter 13% do orçamento global do Município de Porto Alegre, isto é: Centralizada, Autarquias e Fundações e mais a Câmara Municipal, porque o Município é o Executivo e o Legislativo.

Por isso, Ver. Adeli Sell, usei cerca de cinco minutos e pediria, lembrando os meus professores no passado, até que a Taquigrafia escrevesse três vezes o que eu disse agora, porque é o tempo que daria. Seria o meu castigo e o de todos ouvirem três vezes que os 13% são do orçamento global do Município. E espero que na Lei de Diretrizes Orçamentárias para o próximo ano seja respeitado, como também espero que se respeite aquela colocação feita de que o conjunto de obras a ser aprovado deva ser conhecido pela Câmara antes que o orçamento seja votado. Saúde e paz. Muito obrigado.

                             

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o debate que se instala na Casa no dia de hoje é altamente produtivo. Nós estamos discutindo hoje, seguindo um mandamento constitucional, o Plano Plurianual a ser desenvolvido na Cidade de Porto Alegre de agora até a virada do século, de 1998 até 2001. Recebemos fartas informações acerca do que pretende o Município de Porto Alegre, na visão dos seus administradores, priorizar neste período, obviamente dentro da responsabilidade que caracteriza a ação dos governantes desta Cidade no triênio administrativo, englobado pelo período já referido. Se observa, Sr. Presidente, num dos vários documentos  aqui juntados, exatamente quando se fala das diretrizes gerais desse plano de vencimento, o  discurso, que é o item I: "A continuidade do Orçamento Participativo como principal instrumento de gestão pública, democrática, planejamento participativo e controle popular sobre o Estado, com sua constante modernização, através do ajuste crítico do governo e da sociedade...".  Isso é um discurso petista, da Frente Popular, não é uma prioridade, uma diretriz de um plano plurianual de investimento. É um discurso. Após um discurso, sempre, nas prioridades assim identificadas, quando se fala das políticas sociais com a priorização do serviço de educação, saúde e assistência social prestados à população de Porto Alegre... Foi nessa linha que o Ver. Cláudio Sebenelo esteve na tribuna acentuando que a prioridade do investimento municipal na saúde pública é um determinismo imposto pela própria  realidade, eis que todos nós sabemos que os valores transferidos ao Município de Porto Alegre, a partir de outubro de 1996, repetido mês a mês, se acumularão ao longo desse exercício, de 1997, em algo não inferior a 200 milhões de reais. E  quando apresenta um orçamento à Cidade e  que no conjunto  da Administração Centralizada,  como falou o Ver. João Dib, é apartada a  Administração Indireta, a administração das Autarquias, num exame global e nos cálculos dos percentuais, se o conjunto apresentado nesse orçamento em vigor, o de 1997, dizer que é cerca de 500 milhões de reais, os 200 milhões que o Governo da União, pelo SUS, repassa ao Município de Porto Alegre representa 40% do total dos recursos disponíveis pela Administração Centralizada. Com a circunstância absolutamente esclarecedora de que, quando eu falo no total dos 500 milhões de reais, estou-me referindo ao conjunto de receita a despesas, incluindo o pagamento de pessoal, que consumirá em torno de 60% do Município. Todos nós sabemos que o plano  de investimento no Município de Porto Alegre, integral,  para o ano de 97, revelado, ainda que tardiamente, envolve alguma coisa como cento e poucos milhões de reais. Não atinge aos 200 milhões  que serão utilizados do SUS como decorrência do convênio e da integração do Município à plenitude do sistema Único de Saúde, o que credencia o recebimento de recursos oriundos do Governo Federal. Não há números capazes de dizer o contrário,  que a prioridade primeira dos próximos três anos da Administração do Município terá que ser a saúde Pública, porque os recursos que o Município recolhe em função da sua integração ao SUS terão que ser obrigatoriamente e necessariamente gastos com saúde. Todo esse discurso do item I das diretrizes gerais do Plano Pluri Anual cai diante de uma realidade - de que a prioridade do Município de Porto Alegre será, neste triênio, investir no custeio do desenvolvimento de programas de saúde para a população de Porto Alegre. Inclusive o custeio das  despesas hospitalares, já que mesmo com esse investimento o Governo Federal acrescenta à sua contribuição à saúde no Município de Porto Alegre o custeio de uma rede hospitalar que não se exaure no Grupo Hospitalar Conceição, que já é enorme, que é acrescida do Hospital de Clínicas, do Hospital Presidente Vargas, o que transforma a Cidade de Porto Alegre na cidade brasileira onde mais fortemente, na relação percentual entre habitantes e recursos aplicados, o Governo Federal aplica recursos  em favor da saúde neste País. Diga-se, desde logo, que a priorização dos serviços de educação, saúde e assistência social é respondida com  a afirmação de que é na saúde que necessária e obrigatoriamente o Município de Porto Alegre  irá aplicar o maior número de recursos neste triênio. Certamente o  Município de Porto Alegre aplicará, pelo menos, 600 milhões de reais, em função de que esse é o valor mínimo que receberá  pelo SUS das burras do Governo Federal, além  de algum recurso próprio da sua organização normal, que terão que ser, suplementarmente,  aplicados  na saúde. Isso nos leva ao aumento desse valor,  em torno de um bilhão de reais, que será a aplicação do  Município, ao longo desse triênio, em saúde, como uma determinação e uma decorrência dos ajustes e dos convênios, nesse sentido, estabelecidos.

Quando se fala em educação como sendo também recebedora desse investimento, nada mais se faz do que se afirmar e reafirmar uma obrigação constitucional que determina que os Municípios comprometam no seu orçamento um percentual fixo com educação. O que Porto Alegre não poderá se eximir e que  haveremos de cobrar é um melhor custo e benefício na aplicação desses recursos, porque entendemos que a educação em Porto Alegre, que ainda hoje foi objeto, inclusive, de fundamentadas críticas do Ver. Carlos Garcia, precisa ser assumida em maior intensidade pelo Município. Não como um mandamento constitucional, não como apenas a satisfação de uma obrigação estabelecida na Lei Maior,  como uma opção concreta  da Administração do Município que deve, não no discurso, mas na prática, priorizar o seu compromisso com a educação, aumentando, gradativamente, a sua participação objetiva no número e no percentual de alunos  sob  sua responsabilidade e capacitando-se, a partir do ano vindouro, à percepção de uma soma de recursos  maiores provinda de programações  do Governo Federal, que  é, efetivamente, distribuir entre os Estados e Municípios na proporção da contribuição que nos devidos territórios foram dados por esses dois entes da Federação. Então, a proposição do Governo e do Município, que elenca as políticas sociais na área da saúde e da educação como prioridades a serem atendidas no quatriênio que data de 1998 a 2001, é uma decorrência de uma realidade nacional onde políticas bem articuladas estão criando as condições objetivas para que saiamos de um discurso e  passemos a investir fortemente nessas duas funções fundamentais do Estado, que é a proteção à saúde e, sobretudo, um investimento na educação, caminho em cima do qual precisamos trilhar para obter o desenvolvimento tão sonhado neste País.

Gostaria de, orientando em definitivo esse pronunciamento, salientar que, mais do que discurso  e um projeto plurianual de investimento, precisaríamos encontrar estratégias de desenvolvimento, porque simplesmente estabelecer que vamos implementar ações na política habitacional, visando, na cidade formal, às populações que moram na cidade informal, irregular e clandestina, através de programa de regulação fundiária, simplesmente escrever isso, para mim, não diz nada. Quero saber quanto se propõe o Município a gastar objetivamente com a habitação. O que vejo, até agora, é o Município se condicionar à ocorrência ou não de recursos de financiamentos, especialmente da CEF, para, só então, com a existência desses recursos, realizar o programa  da área habitacional. Não se prioriza com objetividade, com seriedade, aquilo que é dependente de recursos de  que não dispomos. O discurso tem sido permanente sobre a falta de recursos, de financiamento para que o DEMHAB desenvolva a habitação. Ora,  fomos analisar o orçamento do DEMHAB  e verificamos que 80% dos seus investimentos são desses repasses, empréstimos e financiamentos. Ora, o que nós precisamos fazer? Este ano é enfaticamente declarado como o ano da habitação. Temos que empregar nesse setor, como o fez o Hildo Meneghetti, o Thompson Flores,  o Guilherme Socias Vilella e como o fez o Ver. João Dib, que repassava para o DEMHAB, para investimento, o mesmo valor que entregava ao DEMHAB para custeio das suas atividades. Hoje, os recursos transferidos pelo Município para o DEMHAB se consomem quase que exclusivamente no custeio e reduzem o investimento próprio do Município a praticamente zero. A não ser as contrapartidas obrigatoriamente impostas  em função das concessões dos financiamentos, não há investimento do Município na área da habitação. Então, Sr. Presidente, o que eu quero dizer, em conclusão, é que, se colocar discursivamente, num plano de investimentos, o propósito de se priorizar a habitação e não se prever de forma concreta, real e absoluta recursos para aplicação neste setor, transforma todo este documento num mero discurso, numa mera plataforma, numa manifestação de interesses que já vêm viciados na sua base, porque não traz consigo o correspondente comprometimento de recurso que pode, na verdade, viabilizar as intenções aqui colocadas.

Voltarei a este assunto, porque me preocupa muito nós sabermos que estamos, no limiar de um novo milênio, a pronunciar discursos e não nos prepararmos com  objetividade, com clareza e, sobretudo, com seriedade, para o enfrentamento dos grandes problemas do Município. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a Pauta Especial.

 

O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, eu solicito uma inversão na ordem dos trabalhos, pedindo que nós entremos diretamente na Ordem do Dia, porque existem dois projetos em regime de urgência.

 

O SR. PRESIDENTE:  Em votação o Requerimento  de autoria do Ver. João Dib, solicitando a inversão da ordem dos trabalhos, passando-se direto para a Ordem do Dia e, após, para o período de Pauta. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

Gostaria de, embora tardiamente, mas ainda em tempo, saudar o novo colega, Ver. Alberto Moesch, que está estreando. Seja bem-vindo! (Palmas.)

Saúdo também o Diretor do DMAE, Dieter Wartchow, pela sua presença.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 0858/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 005/97, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que altera a redação do parágrafo 1º e acrescenta parágrafo 2º ao artigo 31 da Lei Complementar nº 12, de 07 de janeiro de 1975, alterada pelas Leis Complementares nº 254, de 22 de outubro de 1991, nº 368, de 08 de janeiro de 1996, e nº 386, de 08 de outubro de 1996. (destinação de espaço aos não - fumantes em restaurantes, bares e casas de chá) Com Emendas  nºs 01 e 02. Urgência.

 

Parecer Conjunto

-  da CCJ, CEFOR, CUTHAB, CEDECONDH e COSMAM. Relator - Geral Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02.

 

Observações:         

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, I, da LOM;

           

O SR. PRESIDENTE: Requerimento do Ver. João Dib para que a discussão do PLCL nº 005/97 seja adiada por uma Sessão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO  por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 0926/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 008/97, que autoriza o Departamento Municipal de Água e Esgotos - DMAE a contratar operação de crédito com o Estado do Rio Grande do Sul, com a interveniência do Fundo de Investimento do Programa para o Desenvolvimento Racional, Recuperação e Gerenciamento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Guaíba - FUNDO PRÓ-GUAÍBA e dá outras providências.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. João Dib: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:         

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 122, III, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM.

 

 O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 008/97. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a  palavra para discutir.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. É plenamente natural que, depois de tantos assuntos importantes que discutimos e votamos nesta tarde,  não estejamos nesta hora querendo discutir este assunto, porque este não é tão importante quanto os demais que discutimos até agora.

Afinal de contas, o DMAE está pedindo uma autorização absolutamente singular de contratar uma operação de crédito com o Estado do Rio Grande do Sul com a interveniência do Fundo de Investimento do Programa para o Desenvolvimento Racional, Recuperação e Gerenciamento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Guaíba - Fundo Pró-Guaíba. Pouca coisa. Isso aqui não deve envolver mais do que cinqüenta ou cem reais. Não, não é isso, Sr. Presidente. Isso aqui é um assunto extremamente importante e sobre o qual a Casa, anteriormente, já se posicionou. Nós hoje estamos sendo chamados para complementar uma autorização que oferecemos anteriormente, porque somos todos partidários de que o Município de Porto Alegre esteja integrado neste esforço que o Projeto  Pró-Guaíba representa no conjunto e que tem como objetivo final a despoluição do estuário do Guaíba,  que pertence a todos nós, porto-alegrenses, moradores da região metropolitana ou desse estuário.

Então, Sr. Presidente, quando eu digo que venho discutir, não venho necessariamente contrariar. Mas venho, necessariamente, lembrar que, conforme diz a própria exposição de motivos do chefe do Executivo Municipal,  o cronograma do Pró - Guaíba prevê a entrega dos editais para as empresas pré - qualificadas para o final do mês de janeiro, a entrega das propostas das empresas para o mês de junho, o provável  início das obras para o mês de julho próximo. A par dos exíguos prazos existentes nas etapas do processo licitatório, nos leva a  solicitar a aprovação do presente Projeto de Lei em regime de urgência.

Portanto, venho à tribuna para dizer que estou aprovando, com o meu voto, em regime de urgência, este Projeto que envolve recursos substanciais, porque  autoriza a contratar com o Estado do Rio Grande do Sul operação de crédito  até o limite de quinze milhões de dólares. São recursos substanciais. Quinze milhões de dólares. Repito: faço em regime de urgência na convicção de que nós estamos açodados em contribuir com o Município para que ele cumpra com as suas finalidades.. Não temos hoje, como nunca tivemos, nenhum propósito de sobrestar a realização de projetos da municipalidade, ainda que  eu  desejasse que esse  Projeto invariavelmente fosse melhor discutido aqui na Casa, mas quem já fez parte pode fazer mais. E, como eu integrava esta Casa  quando  foi dada a primeira autorização, não vejo por que, não tenho  razões, não surgiram fatos que determinem que eu mude de posição. Desta razão, venho discutir a matéria para dizer claro e bom tom, como sempre faço, que vou votar a favor, porque não vejo outro caminho, se não o de, mais uma vez, viabilizar recursos para a municipalidade para que consiga  realizar bons projetos para a Cidade. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação o PLE nº 008/97. Não há Vereadores para encaminhar.  O Ver. João Dib solicita votação nominal. (Após a chamada.)  APROVADO o PLE nº 00 8/97 por 27 votos SIM, nenhum não, nenhuma abstenção.

 

Para uma Questão de Ordem está com a palavra o Ver. Pedro Ruas.

 

O SR. PEDRO RUAS: É apenas um informação que importa para este Vereador e também  à Casa: qual a representação do Ver. Isaac Ainhorn ?

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está no Palácio Piratini representando esta Casa em uma assinatura de um convênio, para o qual esta Casa foi convidada. É um convênio do Ministério de Minas e Energia.

 

O SR. PEDRO RUAS:  Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. JOÃO MOTTA (Questão de Ordem): Só para adendar à Questão de  Ordem do Ver. Pedro Ruas, eu indago à Presidência se ela pode dar o horário em que o Ver. Isaac Ainhorn saiu desta Casa para representar a Câmara, até porque ele, como Presidente, informou que V. Exa. não estava presente na Sessão por motivos de ordem pessoal. Eu não li em nenhum artigo do nosso Regimento esta figura da auto - representação. Eu não posso, no exercício do cargo da Presidência, decidir pela representação. É uma situação, na minha opinião, inexistente.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa esclarece ao Ver. João Motta que em todas as oportunidades em que um Vereador vai em representação é por delegação da Mesa. A Mesa tem tido critérios, no caso de convites que recebe e que o Presidente não tem condições de atender, de consultar os outros cinco membros, por ordem de hierarquia. Há casos em que Vereadores sugerem sua indicação, e nós, ainda assim, temos tido o cuidado de consultar os membros da Mesa. Com a anuência dos membros da Mesa, os demais Vereadores têm sido representantes desta Casa, em nome da Mesa da Casa.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Questão de Ordem): Se consultarem a taquigrafia da Casa vão ver que o Presidente do momento, que era o Ver. Isaac Ainhorn, comunicou ao Plenário que tinha um compromisso de representação e que, em virtude  da impossibilidade do Presidente de comparecer por não estar se sentido bem - esta foi a expressão que ele usou -, ele iria representá-lo no Palácio Piratini, na assinatura desse contrato. Acho que não poderíamos pôr isso em dúvida. Seria extremamente deselegante.

 

O SR. JOÃO MOTTA (Questão de Ordem): Para esclarecer ao Ver. Sebenelo que o que não pode a Mesa e nenhum Vereador, no exercício da Presidência, é estabelecer dois critérios para a decisão para efeito de representação. Então, que seja informado ao Plenário para que se tenha ciência. Por exemplo, na semana passada, foi-me negada uma representação e depois fiquei sabendo que a minha representação foi, aqui, um palco de amplo debate pelos Vereadores. Por isso, não pode haver critérios político - ideológicos para alguns. Porque, no meu caso, foi um critério político-ideológico. Isso sim é uma deselegância, porque é um precedente. Então, tirei como conduta ser rigoroso em toda representação, porque, senão, aqui se estabelece um descritério, ou seja, alguns Vereadores têm privilégio e outros têm o fino trato da discussão político-ideológica.

            

O SR. NEREU D'ÁVILA (Questão de Ordem): Quando o Secretário referiu as representações, entendi que o Ver. Luiz Braz estava, também, em representação.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa confirma que ele não está.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Questão de Ordem): É desejar ver o mesmo erro repetido em relação a outro Vereador. Isso se chama nivelar por baixo.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai ler parte substancial das notas taquigráficas, e já solicitamos uma cópia do convite, porque fornecemos o convite original ao Vereador que vai em representação, para fins de constar no Expediente. Tudo isso está, absolutamente, dentro de critérios. Para o Ver. João Motta,  que diz o seguinte: "O Sr. Presidente(Isaac Ainhorn): Convidamos o Ver. Reginaldo Pujol para assumir a Presidência, uma vez que este  Vereador irá ao Palácio Piratini para assistir à assinatura do edital de Interligação dos Sistemas Elétricos do Brasil e Argentina, pelo  Ministro de Minas e Energia Sr.  Flávio Brito.(O Ver. Pujol assume a Presidência dos trabalhos.)" E começa a Pauta Especial.

 Esta a informação que tenho para o momento.

 

O SR. JOÃO MOTTA (Questão de Ordem):  Faço mais um registro nesta Questão de Ordem: somente agora, neste momento, Ver. Sebenelo,  é que formalmente este Plenário toma conhecimento, precisamente, de qual é a representação.

(Manifestações do Plenário dizendo que não é representação.)

Então, para evitar que este Vereador continue incorrendo em erro - estou fazendo toda essa tentativa de esclarecer o Plenário para que não exista descritério nesta decisão -, solicito que seja retirado o termo representação, porque até agora este Plenário está tratando tal ausência sob esse estatuto.

 

O SR. PRESIDENTE:  Esta Presidência acaba de ser esclarecida pela assessoria do Gabinete de que esse convite foi feito ao Ver. Isaac Ainhorn e não à Mesa ou  a este Presidente. Portanto, o Ver. Isaac não está em representação, e sim  em auto - representação, o que é legítimo. Mas pediu licença para ir a um evento importante. Isso fica registrado.

 

O SR. JOÃO MOTTA (Questão de Ordem): Este Vereador, quando da negativa da sua representação para acompanhamento da Sessão na semana passada, ficou ausente. Quero saber se a Mesa pode me informar qual a situação, neste momento, do Ver. Isaac Ainhorn com relação à  Ordem do Dia de hoje.

 

O SR. PRESIDENTE:  A Mesa, através do Sr. Secretário, entendeu que ele estaria em representação e assim o anotou. Peço vênia ao Ver. João Motta para, no retorno do Ver. Isaac Ainhorn,  na próxima Sessão, nós esclarecermos esse assunto. Não há como nós esclarecermos agora, Ver. João Motta.

 

O SR. JOÃO MOTTA (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro formalmente que sejam fornecidos a este Vereador todos os atos que formalizam ou não essa representação, para que este Vereador, informado, possa tomar algum tipo de providência em relação à seqüência desses atos.

 

O SR. PRESIDENTE: Faremos um esforço para recolher esses documentos em Questão de Ordem, mas nós precisamos, Srs. Vereadores, dar um fim a esse tipo de questão. Nós já esclarecemos. Esta Presidência está absolutamente pacienciosa. Começa a perder um pouco a paciência.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, se a Mesa não designou o Ver. Isaac Ainhorn para representar a Casa no episódio, retiro tudo o que eu disse, pois a minha consideração toda foi em cima disso.

 

O SR. PRESIDENTE: Temos dificuldade em aceitar a Questão de Ordem do Ver. João Motta, porque  não conseguimos interpretar, neste momento, duas questões: a primeira, se o convite veio realmente para a Mesa, para a Casa, e o Vereador, estando na Presidência, poderia sair em representação. O Ver. João Motta terá a resposta no momento oportuno. Quanto ao Requerimento, vai ser respondido. Daqui a um minuto, nós vamos votar a prorrogação da Sessão.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, creio que agora, esclarecidos os fatos pelas notas taquigráficas, acho que está sendo cometida uma injustiça com o Ver. Isaac Ainhorn. Ele disse que levantava-se da Presidência para assistir aos atos no Palácio, que é um direito que lhe assiste. O Secretário, agora, pensando que ele sairia em representação, falou em representação, mas o Ver. Isaac Ainhorn nunca falou, pelas notas taquigráficas, nunca falou. O que nos informa, na realidade, são as notas taquigráficas. Então, Sr. Presidente, está claro: o Ver. Isaac não foi em representação, e ele não se auto - intitulou. Ele foi assistir ao ato. Com esse teor fica clara a situação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação a prorrogação da Sessão por mais duas horas.

 A votação será nominal a pedido do Ver. João Dib.

Antes da votação e para terminar com essa questão, esclareço que encontrei o Ver. Isaac Ainhorn na garagem do prédio e ele me perguntou se poderia ir ao ato em representação. Eu entendi que não haveria nenhum problema e disse-lhe que ele estaria em representação até porque eu não estava. Mas entendemos a preocupação do Ver. João Motta e vamos tentar tirar isso a limpo.

(Após a chamada.) APROVADA a prorrogação da Sessão por mais duas horas por 15 votos SIM e 04 votos NÃO.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, todos falaram sobre a ausência do Ver. Isaac Ainhorn. Antes de ele se retirar do Plenário, eu havia falado em Vereador omisso.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, qual é a Questão de Ordem?

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, nem V.Exa. usou Questão de    Ordem. V.Exa usou o tempo quando estava numa votação. Eu quero dizer que o Ver. Isaac Ainhorn  retirou-se do Plenário como Presidente da Sessão e, portanto, nada havia contra a retirada dele, ainda que o houvesse chamado de omisso.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Esclarecimento): Eu acabo de chegar do Palácio, onde assisti ao  ato de assinatura de um convênio do Governo Federal, de abertura de licitação para a Estação  Reconversora de Garabi, que ajuda na questão  energética do Estado, e gostaria de me valer de tempo especial, se é cabível na espécie, para responder,  este momento, a uma lamentável referência que o Ver. João Dib fez.

 

O SR. JOÃO DIB: Eu fui o único que o defendi, Vereador.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Isaac Ainhorn, por favor faça o seu Requerimento e a Mesa poderá lhe responder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu gostaria de, em  momento oportuno, responder, porque isso aqui  deve ser uma Casa séria. Eu estou aqui há dez anos e quem me conduz é a população. Não chego aqui por acaso. Gostaria que V.Exa., no momento oportuno, me concedesse o dispositivo que assegura comunicação de relevância para responder a uma provocação, que se não foi do Ver. João Dib foi de qualquer outra pessoa, imputada a este Vereador, que chega às 8 horas nesta Casa, não faz mais que a obrigação, e sai às 20 horas. Eu invoco o próprio testemunho dos funcionários, se for necessário. Ninguém é melhor que eu, mas não sou pior que ninguém.

 

O SR. PRESIDENTE: Oportunamente o Ver. Isaac Ainhorn terá o tempo que solicitou. Neste momento, não. A  Sessão está suspensa até que haja comportamento de acordo com o Regimento.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 18hl9min..

 

O SR. PRESIDENTE (às 18h20min): Estão reabertos os trabalhos.

Solicito ao Sr. 1º Secretário que faça a leitura dos  Requerimentos.

 

(Obs.: Foram aprovados os Requerimentos constantes da Ata.)

 

O SR. PRESIDENTE: Informo ao Ver. João Dib que acabamos de entregar a resposta ao Requerimento solicitado por V.Exa. à Mesa.

 

O SR. JOÃO DIB: Recebi o documento, farei a análise jurídica e vou responder, porque não me satisfez.

 

O SR. PRESIDENTE: Estão encerrados os trabalhos.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h30min.)

 

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